SÃO PAULO - A quase um ano da obrigação nacional de acabar com os lixões, como prevê a política brasileira de resíduos sólidos, o Estado de São Paulo tem 12% de seus aterros em situação inadequada. O número consta do relatório anual do próprio governo paulista, que será divulgado nesta quinta-feira (5), no Dia Mundial do Meio Ambiente. A comparação entre 2012 e 2011, ressalta o secretário do Meio Ambiente Bruno Covas (PSDB), em entrevista à Folha de S.Paulo, "é muito positiva", diz o político.
Se no ano retrasado 153 municípios jogaram seu lixo em áreas impróprias, no ano passado, o número caiu para 54. O que representa 8% de todo o Estado de São Paulo. "Isso que significa que apenas 3% dos resíduos gerados no Estado [em toneladas/dia] vão para aterro inadequados", diz Covas.
Em termos populacionais, o índice representa 1,6 milhão de pessoas. Diante do avanço, e apesar do fim dos lixões ser muito mais uma tarefa dos poderes municipais, Covas é assertivo. "É um trabalho diário, de formiguinha, mas vamos cumprir a meta de acabar com os lixões no Estado". O mapa dos municípios que jogam seus resíduos em locais abaixo da média aceitável, que é 7, revela que duas regiões paulistas são as mais atrasadas no quesito adequação correta de lixo. O Pontal do Paranapanema e a região do vale do Ribeira são as que mais têm cidades coloridas de vermelho no novo mapa do lixo do Estado de São Paulo.
Na lista das cidades com depósitos inadequados para os resíduos urbanos aparecem três cidades com mais de 100 mil habitantes. O aterro de Presidente Prudente recebeu nota 2,7 em 2012. Ainda pior do que os 3,8 que havia sido dado em 2011. Bauru é outra cidade grande que tem um aterro apenas nota 3. Itapetinga, com 5,7, é quem fecha a lista.
Entre todos os municípios abaixo do nível aceitável, as menores notas estaduais foram dadas para os lixões de Arandu (nota 2,2), Peruíbe (2,5) e José Bonifácio (2,6). O fim dos lixões em 2014 é apenas uma das metas previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O principal objetivo da legislação é diminuir o desperdício e, também, estimular a reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos. A lei determina que apenas os rejeitos, ou seja, aquilo que não pode ser reciclado ou reaproveitado deve ser descartado nos aterros.
Baseado no índice da capital paulista, que recicla apenas 1% do lixo que produz, muitos especialistas afirmam que será impossível cumprir a lei dentro do prazo.