A necessidade de respeitar orientações médicas para evitar os riscos de contágio não é a única coisa que acomuna nesta inédita pandemia provocada pelo SARS-CoV2, o novo coronavírus. Também a importância de reagir de forma rápida e ajustar a rotina de lares e negócios tem se mostrado fundamental.
Governos, pessoas e empresas se vêem diante de um cenário bastante previsível de queda na renda, retração e, no jargão econômico, de recessão. Cenário este que exigirá cautela e criatividade - em muitos casos, uma verdadeira reinvenção.
À espera de maior claridade em relação ao conjunto de ações públicas de ajuda; da realidade de demissões e negócios fechados e do que será o pós-pandemia, muita gente começa a se precaver, como mostra reportagem nesta edição. Tenta driblar os aumentos de preços, adia planos e sonhos e procura cortar gastos que por vezes já nem são supérfluos, mas podem ser suspensos num momento como o atual. Um cuidado que, sob certo aspecto, espelha o visto em relação à doença propriamente dita. Que, assim como o isolamento social, pode proporcionar frutos importantes mais adiante.
Em meio a tantos aspectos ainda incertos e perguntas sem respostas, fica a cada dia mais cristalino o fato de que colaboração e parceria serão fundamentais para a superação da crise, nos mais variados graus.
A pausa econômica traz prejuízos que, na medida do possível, devem ser equilibrados para que não pesem de forma desigual, seja em pessoas ou instituições. E fazer a roda voltar a girar dependerá igualmente de todos - para haver produção e venda, é preciso haver consumo. Para o consumo, são necessários trabalho e renda; assim por diante.
Não será fácil encontrar tal ponto de equilíbrio, é verdade, mas não há escapatória. O mundo se reerguerá do susto encarando a questão sob seu prisma mais amplo, da base ao topo da pirâmide. O que pode passar inclusive pela colaboração transnacional que, a essa altura, deve ser isenta de diferenças políticas ou eventuais rusgas.
Em tempos de globalização extrema, a Covid-19 escancarou a necessidade de pensar além das divisas ou fronteiras, o que, se bem aproveitado tão logo se supere a pandemia, pode trazer oportunidades interessantes de crescimento.