Editorial.

A decisão não pode Ficar para depois

05/06/2017 às 20:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:56

O Tribunal Superior Eleitoral inicia hoje a sua mais importante sessão na história. Os ministros começam a julgar a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, acusada de ter sido eleita com dinheiro oriundo da corrupção, o maior esquema já investigado no país. O relator Hermam Benjamim já deu seu parecer sobre a ilegalidade dos pagamentos de campanha, cerca de R$ 100 milhões. No entanto, o resultado do julgamento é imprevisível. 

Vários interesses estarão presentes e poderão influenciar os votos dos ministros durante esses três dias de sessão. Para se ter uma ideia, se levarmos em conta as indicações, a Corte possui nomes que chegaram ao cargo por indicações de Lula, Dilma, do próprio Michel Temer e até de Fernando Henrique Cardoso, como é o caso do presidente, Gilmar Mendes. 
Esperamos que os votos sejam baseados em argumentos técnicos e que os caros magistrados não queiram agradar a quem os indicou para determinadas posições. Não serão toleradas facilmente pela população manobras de retardo da decisão, como vimos recentemente em outra Corte. Os argumentos do relator, do Ministério Público e da defesa das partes são conhecidos por todos. Se estamos precisando de uma mudança geral, ela deve começar primeiro de quem tem a prerrogativa de ditar os rumos do país. 

O que os ministros precisam é de ter a consciência de que não dá para ter um clima de incertezas no Brasil. A decisão sobre o comando de uma das maiores nações do mundo, seja ela qual for, precisa ser rápida para que possamos ter o mínimo de planejamento para o futuro, principalmente agora que a economia começa a dar sinais de retomada. 
Muita gente perdeu emprego, muitos pais e mães de família ainda estão em dificuldades sérias em consequências de todos os desmandos que foram cometidos no país de 2014 pra cá, principalmente na área econômica. Empresários fecharam as portas deixando o sonho de uma vida melhor para traz. 

Está na hora do Estado brasileiro dar uma resposta concreta sobre o que quer para o seu futuro. Por circunstâncias e por características da nossa classe política, cabe agora ao Poder Judiciário essa resposta, esperamos que ela comece a ser dada hoje e que esse capítulo trágico seja encerrado em breve. 

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