Editorial.

Ainda o caso da ‘doença misteriosa’

08/01/2020 às 19:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:13

A primeira morte relacionada a sintomas comuns envolvendo homens que teriam em comum o fato de morar ou ter passado pelo Bairro Buritis aumentou o nível de preocupação com o caso. 

Que já era elevado ao menos entre as autoridades – uma força-tarefa foi montada para avaliar o quadro e buscar explicações. Uma orientação técnica foi enviada à rede médica no estado para agilizar a comunicação de novos casos suspeitos. Dois outros foram identificados pela Secretaria de Estado de Saúde nesta quarta-feira.

Ainda assim, o discurso segue no sentido de evitar pânico e reações intempestivas; dar vazão a boatos e especulações, como os que vieram à tona quando a situação se tornou pública, atribuindo ao consumo de determinados produtos a causa do conjunto de sintomas, que ainda não podem ser qualificados como doença propriamente dita; intoxicação ou contaminação.

É exatamente aí que reside a razão para a inquietação geral, em certo grau justificada. Por mais que haja um esforço que envolve investigações com participação da Polícia Civil; Vigilância Sanitária; da Fundação Ezequiel Dias, trata-se de um quebra-cabeças de difícil montagem. É necessário mapear os passos dos pacientes; o que consumiram, onde estiveram, com o que tiveram contato. E determinar uma extensão geográfica para os elementos de risco. Entender, ainda, o porquê de apenas homens apresentarem os sintomas.
Infelizmente, apesar de todo o avanço tecnológico, personagens como o Dr. House, da conhecida série de TV, capaz de identificar doenças e condições clínicas incomuns com um quê de detetive, só existem na ficção.

A resposta para o enigma pode ser rápida, como pode se arrastar por mais tempo. Enquanto ela não aparece, e não é possível adotar medidas preventivas, se for o caso, ou para neutralizar o risco, prevalece um imenso ponto de interrogação.

A falta de informação oficial e confiável, como se sabe, anda de braços dados com o temor, as dúvidas e as teorias da conspiração. Mais do que isso, não se sabe o que evitar, o que fazer, como se proteger, quem está exposto à situação. Cautela, ao menos por enquanto, é o melhor a manter.

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