Neste domingo, a instituição da Caderneta de Poupança completa 159 anos. Quando lançada por D.Pedro II, e ao longo de muito tempo, se tornou um esteio para a grande maioria dos brasileiros, ajudando a suportar a volatilidade e os caprichos da economia, de forma simples e democrática – acessível a todos os bolsos e de manejo simples.
Nem sempre ela é lembrada de forma positiva – seu confisco por parte do ex-presidente Fernando Collor, como parte da política econômica da então ministra Zélia Cardoso de Mello, foi um dos maiores crimes da história republicana, interrompendo sonhos, negócios e, o que é pior, não proporcionando o efeito esperado, num cenário de inflação galopante e planos igualmente frustrados.
Um cenário que começou a se modificar no governo do mineiro Itamar Franco, que viria a substituir Collor, afastado por impeachment. O Plano Real finalmente colocou o país na rota da estabilidade econômica; da inflação sob controle, da retomada do poder de compra. E deu início a uma mais que necessária trajetória de redução das escorchantes taxas de juros. Que chegaram, no fim de 2019, à mínima histórica de 4,5%.
Nesse panorama, a venerável poupança, de forma justificada, vive dias de prestígio em baixa, e retiradas recordes para outras aplicações. Manter o suado dinheiro nela investido não só deixou de representar algum ganho, como já não acompanha a própria taxa de juros anual. Nos últimos governos, houve poucos, ou nenhum movimento no sentido de retomar sua atratividade.
Felizmente o mercado vive um momento de expansão em termos de opções e acesso a territórios antes pantanosos, como os da Bolsa de Valores; dos fundos multimercado e outros investimentos com perfil menos conservador. Melhor ainda, oferecidos por corretoras capazes de oferecer taxas de administração e condições bem mais favoráveis do que as injustificáveis oferecidas pelos bancos tradicionais.
Um mínimo de conhecimento, a orientação adequada e um planejamento financeiro nada complicado permitem uma migração tranquila e vantajosa da poupança para as várias opções. Como segue, o bom e velho hábito das moedas no cofrinho está com os dias contados, e não comemorará muitos aniversários mais.