Editorial.

Atenção às áreas vulneráveis em BH

12/07/2020 às 20:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:00

As limitações existentes no enfrentamento à pandemia em Belo Horizonte jogam luz para uma parcela específica da população: a que vive em aglomerados ou outras áreas vulneráveis. A própria natureza da palavra que define as regiões mais pobres da capital mostra o risco embutido em seu interior - aglomerar-se, no caso, não é questão de opção, mas de necessidade. O que faz com que estas áreas verifiquem um aumento preocupante no número de casos de Covid-19.

Situação que poderia ser melhor administrada caso houvesse maior disponibilidade de testes, ao menos para analisar casos suspeitos. Assim, seria possível, de alguma forma, isolar os infectados de modo a impedir que sigam com potencial de transmissão da enfermidade. Muitos moradores de tais áreas, sem o devido diagnóstico, mantêm as atividades normais, em condições de higiene e saneamento muitas vezes precárias.

Ainda que haja toda uma rede de unidades de saúde pública no suporte a tal parcela da população, também os médicos são obrigados a lidar com limitações que começam a se mostrar, tais como a disponibilidade de ambulâncias para a transferência a hospitais preparados para lidar com os casos mais graves de Covid-19. Some-se a isso uma crença equivocada de que “pobre não pega a doença” - se há algo que o novo coronavírus demonstrou foi o caráter “democrático” de sua disseminação.

Diante das limitações citadas, torna-se fundamental criar instrumentos de envolvimento e participação, a partir das próprias lideranças comunitárias, numa tentativa de aumentar a conscientização e a orientação. Também, o envolvimento da iniciativa privada e da sociedade organizada, a exemplo do que já se vê pelos diversos cantos do país, num movimento de solidariedade sem precedentes. Seja com a doação de testes, material de limpeza ou suporte psicológico e logístico.

A união de forças e a compreensão da situação específica de cada região são importantíssimas para frear o crescimento da curva de contágio, especialmente por onde ela pode ganhar maior impulso. E não há esforço de enfrentamento realmente efetivo que não leve em conta o todo em suas diversas parcelas.
 

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por