As placas de "vende-se" e "aluga-se" estão espalhadas para todo o lado. Basta uma caminhada mais atenta pelas ruas de Belo Horizonte para se deparar com uma porção delas. A cena ilustra bem o momento atual do mercado imobiliário da capital, que depois de castigar os inquilinos residenciais e comerciais com preços bem salgados, exorbitantes até, proporciona a eles algum poder de barganha.
A oferta de salas comerciais e andares corridos bate recordes. Com o boom da economia, no final da década passada, construtoras investiram pesado no setor. Ergueram centenas de edifícios voltados para a área corporativa, principalmente de alto e médio padrão. Só que o inesperado aconteceu. A crise veio, virou recessão, empresas fecharam as portas e investidores deixaram de comprar.
Diante de uma economia em banho-maria, o inquilino desaparece. Ou então se muda para um espaço menor e mais barato. Se o PIB cresce e leva a reboque o país, o empresário faz o caminho contrário. Sai de uma sala pequena e busca um espaço maior, deixa de ocupar três salas e passa a alugar um andar inteiro. Infelizmente, não é essa a realidade atual.
A boa notícia é que com mais placas de ‘aluga-se’ pela capital, entra em jogo a lei da oferta e da procura, e os preços perdem fôlego.
Levantamento da FipeZap, que acompanha o preço médio de conjuntos e salas comerciais de até 200 metros quadrados em várias capitais brasileiras, mostra que o valor do metro quadrado para locação caiu quase 5% em Belo Horizonte entre julho de 2016 e julho deste ano, sem descontar a inflação.
Para não deixar o imóvel ocioso e ser obrigado a arcar com despesas como IPTU e condomínio, muitos proprietários estão adotando medidas para minimizar o prejuízo. Uma estratégia usada por donos de salas e lajes corporativas é dar carência de até 180 dias no pagamento do aluguel.
Outra alternativa que também vem ganhando espaço é o desconto. Especialistas e agentes do mercado imobiliário garantem que está aberta a temporada da pechincha. É bom aproveitar enquanto a maré está a favor.