Em apenas uma semana, já foram registradas R$ 10 bilhões em movimentações pelo novo sistema de pagamentos instantâneos e transferência de recursos do Banco Central. O número de chaves cadastradas chegou a 83,49 milhões. Com ela, o pagador não precisa mais de dados como número da instituição, agência e conta para fazer uma transferência. Sem dúvida, facilitou muito a operação.
O que os bancos ganham com isso, se o serviço para o correntista pessoa física é gratuito? Bom, de fato o Pix foi desenhado para sepultar de vez o TED e o DOC. É na verdade, uma evolução dessas duas modalidades de transferência de recursos. A primeira opção demorava até 24 horas para “bater” na conta do favorecido; a segunda já facilitou bastante, mas com a limitação de só estar disponível para transações em dias úteis e até 17h. Com o Pix, levará apenas alguns segundos para a validação e será possível utilizar o serviço nos fins de semana, em qualquer horário.
Mas bancos nunca perdem dinheiro. Por isso, não brincam em serviço. A digitalização total do serviço não diminui custos apenas para usuários. O Banco Central vai cobrar dos demais bancos um centavo a cada dez transações via Pix. Nas modalidades anteriores saía a até sete centavos por operação.
Não demora muito também para que os boletos de cobrança em papel sumam do mapa. Outra economia. Além disso, a tendência é que cada vez mais pessoas reúnam pagamentos, conta-corrente e investimentos em uma única instituição financeira, onde muita coisas já é resolvida sem que se precise colocar os pés numa agência bancária, apenas acessando o aplicativo, o que explica as campanhas de pré-cadastro: maior chance de conquistar novos clientes. Até porque, para incluir essa facilidade no dia a dia, o cidadão precisa usar os serviços de uma instituição de pagamento ou Fintech, como Mercado Pago ou Ame. Cerca de um terço dos brasileiros ainda não tem conta corrente, o que os torna alvo da cobiça dos bancos.