Editorial.

Candidatos, profissões e intenções

23/10/2020 às 21:59.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:52

Doutor Fulano, Delegado Beltrano, Sicrano da Ambulância. É com um cardápio bem variado de “profissões” que o belo-horizontino vai se deparar no pleito deste ano, ao escolher o candidato a vereador. 

Tática bastante usada no interior, onde é comum os conterrâneos se conhecerem pela atividade que desempenham ou pelo negócio que mantêm, o uso do “currículo” junto ao nome não é um fenômeno novo na capital. Mas parece ganhar força em um cenário político extremamente polarizado, onde determinadas chancelas, como a de pastor ou policial, podem despertar uma empatia quase que automática em parte do eleitorado e a repulsa de outra parcela dos cidadãos.

Numa campanha sem corpo a corpo, cheia de limitações impostas pela pandemia, fazer da “profissão” o cartão de visitas também pode ter um peso maior do que em outros anos devido a uma situação absolutamente inusitada: a Covid-19. Talvez numa tentativa de aproveitar o reconhecimento da população aos profissionais de saúde este ano, 18 médicos fizeram questão se registrar junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) como doutor, doutora ou na forma abreviada. Quatro candidatos se apresentam como enfermeiros e três como “da enfermagem”.

Mas, num universo de 1.555 candidatos, é claro que outras ocupações também terão vez. Tem os professores, o rapaz do salão, o do hot dog, taxista, despachante, cantora e até pizzaiolo. O que diz muito sobre o que se espera de uma democracia, onde ao menos em teoria o povo governa para o povo e, por isso, só os inalistáveis (o que inclui os presos) e os analfabetos não podem se candidatar. Para você que ainda não escolheu seu parlamentar, o pedido é que se atenha mais às propostas do que às alcunhas. E faça do voto verdadeiramente sua forma de tentar melhorar a cidade. 
 

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