A crise e a dificuldade financeira para se manter em outra cidade podem ser a causa para um dado no mínimo curioso. Três em cada dez aprovados na UFMG, uma das universidades mais concorridas e bem-conceituadas do país, abriram mão de ocupar uma vaga na instituição em 2018.
Centenas de estudantes não se matricularam na primeira edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Dentre os cursos com maior número de desistências estão justamente alguns dos mais concorridos na universidade, como Direito, Medicina e Odontologia.
O Sisu é um processo seletivo que usa as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar estudantes para cursos de graduação em universidades federais e institutos tecnológicos de ensino superior. As provas acontecem duas vezes por ano.
Campeã nacional de inscrições no Sisu, a UFMG convocou 1.839 candidatos que estavam na lista de espera. Ao todo, 6.339 vagas foram ofertadas. Com 155.386 candidatos concorrendo às oportunidades ofertadas pela UFMG no Sisu, a instituição registrou uma média de 24,5 pessoas por vaga.
Somadas as ausências nos turnos diurnos e noturnos, em ambos os semestres, Direito lidera o ranking da desistência. O curso ofereceu 400 vagas, mas 139 não foram ocupadas.
O número de desistências está relacionada ao Sisu, conforme sugere a própria reitoria. O sistema permite que alunos de todo o Brasil queiram estudar na UFMG. Mas vale lembrar que nem sempre esse estudante terá condições de bancar a moradia em Belo Horizonte, longe de casa e da família.
Uma solução seria ampliar bolsas estudantis. Mas diante da falta de recursos da UFMG e da situação fiscal do país é muito difícil que isso aconteça.
São sonhos que ficam perdidos. Infelizmente.