Editorial.

Coronavírus: preocupação sim, paranoia não

09/03/2020 às 21:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:53

Minas Gerais passou a fazer parte oficialmente, no domingo, do mapa da Covid-19, a enfermidade respiratória causada pela nova variação do Coronavírus. A confirmação do resultado positivo para uma paciente de Divinópolis que esteve na Itália era algo previsível e, de certa forma, esperado, diante da rápida disseminação da doença em todo o mundo. Assim como o aumento do número de casos suspeitos – de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, 161 em todo o estado.

Depois da criação de um centro específico para encaminhamento de casos suspeitos pela Prefeitura de Belo Horizonte, foi a vez de o governo do estado indicar 12 hospitais como de referência – inicialmente os casos analisados eram encaminhados ao Eduardo de Menezes, especializado em doenças infecto-contagiosas.

O quadro obviamente preocupa, e exige uma ação coordenada do poder público e dos cidadãos. Enquanto não há relatos de transmissão interna, é fundamental que quem esteve em países como Itália ou China, que concentram o maior número de casos, mantenha vigilância sobre sua condição de saúde. E, na medida do possível, evite contato com outras pessoas, reforce a higienização das mãos e atente para evitar que parentes e pessoas próximas corram riscos de contaminação.
<CW-8>Como alertam as autoridades de saúde, a chegada da estação fria favorece a propagação de doenças respiratórias, o que sugere que os números de suspeitos e infectados crescerão nos próximos meses. Por outro lado, as restrições de viagens e medidas adotadas pelos países mais atingidos tendem a frear a pandemia, como espera a Organização Mundial de Saúde (OMS).

É preciso não se deixar levar, no entanto, pelo alarmismo fácil, que ganha espaço com a divulgação de notícias falsas, ou alimentadas por um imaginário popular que tem muito de lenda urbana. Nos últimos dias surgiram inúmeras teorias sugerindo potenciais antídotos ou posturas capazes de impedir o contágio – todas sem qualquer fundamento científico ou eficácia comprovada.

O fato de a grande maioria dos casos não ter provocado consequências graves não pode servir de pretexto para baixar a guarda. O vírus passou por mutações e grupos considerados pouco expostos passaram a engrossar as estatísticas.
 

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