Editorial.

Corrida à conversão de veículos para o GNV

10/01/2018 às 20:39.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:42

A mudança na política de preços dos combustíveis, que passou a ser adotada no início de julho do ano passado pela Petrobras, provocou uma disparada nos valores da gasolina, etanol e do diesel. Em alguns postos da capital, o litro do derivado do petróleo já ultrapassa a casa dos R$ 4,20. Essas alterações bruscas – que chegam a acontecer, às vezes, de um dia para o outro – tiveram impacto nos fretes e, consequentemente, na inflação, apesar de o índice ainda ter ficado 2,95%, abaixo da centro da meta de 4,5%, estipulada pelo governo em 2017. Além disso, tem provocado uma corrida às empresas que fazem a conversão de veículos para Gás Natural Veicular (GNV).

A intenção da Petrobras com a nova política de preços é garantir uma paridade de valores com o mercado internacional, com revisões nos valores dos combustíveis pelo menos uma vez por mês. Dessa forma, o preço pode até cair, mas o que se verificou nesse período de julho até agora foi um aumento significativo na gasolina, diesel e etanol. No entanto, a intensa frequência nesses reajuste dos produtos tem causado transtorno até para os donos de postos, que são obrigados a alterar constantemente os valores nas bombas.

Por outro lado, os aumentos nos preços dos combustíveis foram o empurrão que faltava para que o consumidor belo-horizontino buscasse alternativas no mercado, principalmente os motoristas de táxi e de aplicativos como Uber e Cabify. Segundo a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), de abril ao dia 10 de dezembro do ano passado, o volume de conversões de carros para o GNV chegou a 260. Porém, em menos de um mês, de 11 de dezembro de 2017 ao último dia 8, já ocorreram 130 adaptações de veículos.

Outro incentivo para essa debandada para o GNV tem sido um bônus de R$ 2 mil oferecido pelas Gasmig para quem fizer a mudança para o gás. O motorista, no entanto, só consegue colocar a mão no dinheiro após a instalação do equipamento e regularização da documentação junto ao Detran. 

Algumas oficinas que fazem o trabalho de conversão, que custa em torno de R$ 5 mil, já registraram crescimento superior a 100% na demanda. Em tempos de crise econômica, toda economia é bem-vinda. Mas o consumidor deve estar atento a alguns aspectos que devem ser levados em consideração antes de fazer a mudança: perda da potência do veículo, maior desgaste do motor e da embreagem, além da redução no espaço do porta-malas. Para quem usa pouco o carro, a alteração pode não valer a pena.

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