Editorial.

Dia dos namorados e a expectativa pela retomada

05/06/2020 às 19:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:42

As datas comemorativas são o exemplo mais claro dos impactos econômicos provocados pela pandemia de Covid-19. Tradicionalmente, elas se transformam em oportunidades de ouro para os setores de comércio e serviços, que se preparam com antecedência, reforçam os estoques e contam com o volume aquecido de negócios para assegurar um bem-vindo fluxo de caixa. Muitas vezes até mesmo contratam mão-de-obra extra; o que, por sua vez, ajuda a impulsionar o consumo e os números positivos da economia.

Este ano a Páscoa e o dia das mães foram celebrados em plena quarentena, num cenário de isolamento social e, em muitos casos, de empresas ainda surpreendidas pelo novo paradigma. Obrigadas a reinventar métodos, abraçar possibilidades e se reencontrar, com as instalações físicas fechadas e a necessidade de reforçar a presença no mundo virtual. Some-se a isso o fato de que a primeira onda econômica provocou demissões, reduções de salários e incerteza, o que serviu como inibidor da decisão de compra.

Com o período de restrições superando os dois meses, o que se vê, para além dos negócios duramente impactados, e com futuro incerto, é uma maior adaptação aos ‘novos tempos’. Restaurantes, cafés, confeitarias e lanchonetes redobraram a aposta no delivery, e tem aprimorado o processo, capazes de oferecer opções cada vez mais elaboradas. Se não há como ter em casa clima exatamente igual, apostam numa experiência que vai além do produto puro e simples. 

Lojas que insistiam em ignorar o potencial da internet como vitrine privilegiada abraçaram, diante do cenário, a possibilidade de ampliar horizontes de forma remota. E já que se aproxima o Dia dos namorados, até mesmo os motéis se ajustam às necessidades sanitárias, reforçando a higienização e os cuidados, como opção para os casais.

Se os números de pretensão de compra se mostram baixos, há uma expectativa de retomada e alento ao menos na comparação com abril e maio. Em que pesem as limitações financeiras, prevalece a expectativa de marcar a data de algum modo, o que vai além do aspecto puramente econômico. É importante não deixar de celebrar a vida, de aquecer o coração em tempos tão difíceis.
 

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