Reflexo direto da crise econômica que atinge o país, em razão dos altos índices de desemprego, camelôs e perueiros voltaram a ser destaque neste jornal.
No caso dos ambulantes, reportagem desta edição constata que, embora uma série de medidas tenha sido adotada pela prefeitura da capital para retirar a atividade de áreas de intenso comércio, a partir de 2016, os vendedores parecem estar de volta, em grande número.
Somente em um quarteirão do Hipercentro, entre as ruas São Paulo, Curitiba, Tamoios e Carijós, onde fica a Galeria do Ouvidor, foram contados, na manhã de ontem, nada menos que 43 ambulantes, com diversos tipos de mercadoria.
Dez eram pessoas com deficiência, que têm autorização para atuar de tal forma. Dentre elas, contudo, duas, ao serem abordadas, deram a entender que trabalhavam para outras pessoas. A situação é de alta complexidade, já que a criação de camelódromos, proposta e efetivada pelo poder público, não estaria surtindo o efeito desejado.
A simples retirada dos trabalhadores das ruas, com o aumento da fiscalização e do emprego da força, se necessário, também não parece ser a melhor estratégia, uma vez que, obstinados, eles costumam retornar a pontos de maior lucratividade.
Em relação aos motoristas clandestinos, a notícia é de que houve um grande protesto realizado por dezenas deles na cidade, também pela manhã.
Os perueiros organizaram carreatas até a Assembleia contra a prisão de colegas, flagrados com passageiros. Trata-se de uma novidade, já que, até pouco tempo, o que ocorria era apenas a apreensão dos veículos e a aplicação de multas aos condutores.
O Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DEER) informou que houve 15 detenções do tipo em Minas, nos últimos dias. Segundo o órgão, a atividade é tipificada como crime previsto no artigo 328 do Código Penal: “usurpação da responsabilidade do Estado”. Os motoristas, por sua vez, pedem flexibilização das punições. Dizem que são trabalhadores, não bandidos. Ambos os casos são de difícil enfrentamento e as soluções requerem, acima de tudo, tolerância e diálogo.