O impacto do novo coronavírus sobre o mercado de trabalho já mostra números alarmantes, tanto no Brasil quanto em Minas Gerais. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que desde janeiro não eram divulgados pelo Ministério da Economia, apontam que só no mês passado foram desligados 149.213 trabalhadores formais no Estado, levando o saldo de empregos – as contratações menos as demissões – a um déficit de 88.298 vagas, perdendo apenas para São Paulo.
No acumulado do ano até abril, houve um corte de 76.957 empregos formais também em Minas, o terceiro pior resultado nacional. No Brasil, também apenas em abril, o saldo negativo de postos de trabalho chegou a 860.503 empregos, pior resultado da série histórica do Caged, iniciada em 1992.
No entanto, neste período de isolamento social devido à pandemia, as medidas adotadas pelo governo para preservar os empregos tiveram algum efeito positivo, minimizando um pouco as estatísticas de desemprego. Em Minas Gerais, foram 600 mil vagas asseguradas com a suspensão temporária de contratos e a redução de jornadas e salários. No país, este número chegou a 8 milhões de postos de trabalho.
Os efeitos negativos do novo coronavírus estão castigando a economia de uma forma geral. A própria Moodys Analytics já previu uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro superior a 6% neste ano. Já para a América Latina como um todo, o encolhimento deve ficar um pouco menor, na casa dos 5,5%.
Neste momento de instabilidade e incertezas, a injeção de recursos na economia como o “coronavoucher” tem papel fundamental para amenizar o grave quadro de desemprego, propiciando inclusive a movimentação de pequenos negócios informais. No entanto, especialistas afirmam ainda que é necessário que os bancos também facilitem a liberação de crédito barato para garantir maior liquidez no mercado.