Editorial.

Etradas inadequadas travam avanços

18/10/2018 às 00:18.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:18


O período de chuvas mal começou e a notícia não poderia ser mais triste, já que a situação tende a se agravar sob tais condições climáticas.

Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, divulgada ontem e objeto de reportagem deste jornal, mostra que 61,3% das estradas mineiras – federais e estaduais, públicas ou administradas por concessionárias – estão em condições regulares, ruins ou péssimas de tráfego.

Isso quer dizer que, de um total de 15 mil quilômetros de rodovias no Estado, cerca de 9 mil quilômetros apresentam riscos, de leves a moderados ou altos, aos motoristas em razão de buracos, falta de sinalização ou outras mazelas.

 Outra inferência possível é a de que seis em cada dez dessas vias que cruzam o território mineiro poderiam levar os usuários até a desistirem das viagens – o que, na prática, é muitas vezes impossível –, em razão de prováveis problemas no caminho.

O quadro fica ainda pior se observado que, dentre as estradas que pertencem ao Estado, nada menos que 92,7% encontram-se em situação desfavorável. As ruins ou péssimas, conforme outro levantamento, feito pelo Dnit e divulgado na semana passada, seriam 21% do total. 

Já nas estradas federais, o número é um pouco menos desalentador: são quatro em cada dez com problemas, sendo que as demais estariam boas ou ótimas para circulação.

Mesmo assim, não custa lembrar, por exemplo, do caso da BR–381, no trecho entre a capital e Governador Valadares. Apesar de estar passando por obras de duplicação, os trabalhos seguem a passos de tartaruga, com casos, inclusive, de abandono de lotes por empresas que alegam falta de pagamentos. 

O assunto torna-se ainda grave por tratar-se de uma estrada de enorme relevância para a população e a economia mineiras – e que, infelizmente, ficou conhecida como a “rodovia da morte”.

Fato é que a situação das contas públicas brasileiras, não importa em que esfera, não está boa. E isso tem prejudicado investimentos fundamentais como os que visam à melhoria da infraestrutura. Mas também é verdade que, sem rodovias seguras, o país, os Estados e seus municípios, simplesmente, não avançam. 
 

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