Editorial.

Ladrões soltos nas estradas

30/01/2017 às 20:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:38

Os roubos a patrimônio têm sido a principal causa do aumento da sensação de insegurança da população. É um fenômeno que está ocorrendo em todo o país, principalmente nos últimos três ou quatro anos. Muitos especialistas atribuem o aumento das ocorrências à crise, mas outros evitam fazer essa relação diretamente, citando o péssimo sistema prisional do país, que não recupera ninguém. 

O certo é que praticamente não há mais lugar seguro nas grandes capitais. E por mais que as forças de segurança prendam suspeitos, logo depois eles estão na rua. Na própria internet é possível encontrar em páginas de corporações de todo país relatos de pessoas detidas por 20 ou 30 vezes. 

Especificamente no caso dos assaltos próximo à Ceasa, conforme apresentamos nesta edição, há dois aspectos a serem analisados. Primeiramente, olhando o lado dos comerciantes, é de tirar a tranquilidade de qualquer um o que vem ocorrendo na BR–040. Toda saída de casa gera uma apreensão em quem precisa passar no trecho de madruga e em quem fica em casa, temendo que aquela pessoa querida seja a próxima vítima. Muitos entrevistados pela nossa reportagem reagiram às abordagens, o que é altamente desaconselhável, e, por sorte, ainda estão vivos. 

Há também o lado da polícia. O trecho citado é de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal. Como sabemos, é uma corporação que cuida do principal meio de ligação entre as cidades brasileiras, as rodovias, mas que não possui a estrutura e efetivo adequados para isso. 

Quem circula pelas rodovias sabe que é difícil encontrar policiais fazendo vistorias em carros de suspeitos. Os policiais altamente capacitados praticamente ficam cuidando de acidentes, que sabemos que não são poucos. 

Além disso, muitas vítimas nem chegam a registrar ocorrências das tentativas de assalto, por medo ou descrença. Aí, não tem jeito da polícia saber o que está ocorrendo. 

A situação só será resolvida quando a população denunciar e a polícia tiver condições para fazer um trabalho maior de investigação e prender as quadrilhas. Sem isso, não adianta apenas colocar uma viatura em um local por um determinado período, porque os ladrões simplesmente trocam de lugar ou esperam a vigilância afrouxar para voltar a praticar os crimes. 

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