Editorial.

Legado olímpico

22/08/2016 às 09:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:29

O Brasil acaba de sediar um evento inédito e a maior prova de fogo da sua história. Foram 17 dias em que o mundo inteiro esteve focado no que acontecia no Rio de Janeiro, dentro e fora dos locais de competição. Por isso, o balanço deve ser feito também sob esses dois aspectos diferentes. E, na verdade, poucas previsões das catastróficas, em ambas áreas, realmente se confirmaram. 

Na parte da organização em si, houve sim problemas de estrutura. Os quartos inacabados da Vila Olímpica e algumas obras entregues na última hora, como o metrô, foram destacados como o prenúncio do desastre. Mas todos os problemas foram contornados de maneira satisfatória. A delegação da Austrália, que há 20 dias ia aos microfones indignada com a situação dos alojamentos, tem que prestar explicações hoje sobre os dez atletas que tentaram entrar em um evento com credenciais falsificadas.

A segurança, aliás, foi um dos pontos que mais sofreu com críticas antecipadas. Mais uma vez, o temor não foi confirmado e, hoje, o assunto mais importante da segurança é a história falsa inventada por um nadador americano para uma noite de baderna em um posto de gasolina.

Do ponto de vista esportivo, podemos acompanhar de perto do que são feitos os Jogos Olímpicos: de histórias de superação, surpresas, decepções e feitos históricos. Tudo muito bem retratado pela cobertura do Hoje em Dia, na versão impressa e no Portal HD, em um trabalho irreparável feito pelos repórteres Henrique André, Bruno Moreno e Flávio Tavares.

Os resultados obtidos pela delegação brasileira desses jogos serão comentados ainda durante alguns dias. Tanto as conquistas quando as decepções, que fazem parte dos jogos, foram bem adequados ao que se faz hoje no Brasil.

O futebol feminino, provou, por exemplo, que se tivesse mais apoio, se as jogadoras tivessem uma liga forte dentro do país, poderiam ter mais sorte contra potências da modalidade, como Estados Unidos, Suécia ou Canadá, onde o esporte é praticado nas escolas fundamentais. O mesmo caso pode ser enquadrado ao handebol. Já a ginástica colhe hoje a semente plantada há oito anos com Daiane dos Santos. As academias estão lotadas de meninas, e deverão lotar de garotos após o resultado na Olimpíada.

Nas modalidades individuais, vimos como talentos descobertos na juventude podem ser lapidados para alcançar resultados extraordinários, como os casos de Isaquias Queiroz, Filipe Wu, Thiago Silva e, o mais surpreendente, o de Maicon Andrade. Há três anos ele era um servente de pedreiro em Ribeirão das Neves e, hoje, é um medalhista olímpico no tae kwon do.

Vamos ainda falar muito sobre esses jogos do Rio. O legado esportivo desses jogos talvez só vamos perceber somente daqui a quatro ou oito anos. Mas a receita de sucesso na Olimpíada me parece estar mais clara hoje e temos que aproveitar o momento para segui-la.

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