Editorial.

Mais respeito pelo outro

19/09/2016 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:53

Os exemplos de superação que assistimos nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro emocionaram a todos. Só de estar ali, competindo com outras milhares de pessoas de mais de 170 países, já é uma vitória e tanto para quem é portador de alguma deficiência. Mas nós não devemos esquecer que muitos estão nessas condições não porque nasceram assim ou foram acometidos por alguma doença. Uma boa parcela dos nossos atletas foram, antes de campeões do esporte, vítimas da violência no trânsito.

A proporção é de chamar a atenção hoje, quando já estamos no segundo dia da Semana do Trânsito. Um em cada cinco atletas da nossa equipe na Paralimpíada sofreu algum tipo de acidente como motorista, passageiro ou pedestre. E os números atuais mostram que a delegação de "acidentados" no Esporte tende a aumentar já que os números de internações de vítimas de acidentes no trânsito cresceu de 2013 pra cá. Atualmente temos quase 350 pessoas por dia internadas após ocorrências do tipo. Infelizmente, muitos dos nossos campeões olímpicos de 2024 ou 2028 podem estar neste momento em um leito de hospital, passando por um trauma absolutamente evitável.

Os números são apenas consequência da falta de educação no trânsito do brasileiro. Educação, nesse caso, não quer dizer formação acadêmica. Muitos doutores de universidades são verdadeiras bestas atrás de um volante. Diploma não elimina a ignorância.

Ser bom motorista e saber tudo de carros ou motos também não tem relação com ser bom nas ruas. Um trânsito melhor se dá pela, primordialmente, pela conscientização de que o principal é  o respeito ao outro, seja ele motociclista, carreteiro, pedestre e motoristas de carros comuns. Respeitar a sinalização não é dar condições que outras pessoas, além de quem está dirigindo, possam circular com segurança. É disso que precisamos mais.

Se todos tivessem esse senso de responsabilidade, o número de infrações seria significativamente menor e, por consequência, o número de acidentes. E se você acha que punir quem não respeita leis e normas de trânsito não é mais do que uma indústria de multas, faça um exame na consciência. Talvez você descubra que o que temos é uma indústria da violência e o que precisa mudar é o seu comportamento.  

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