Editorial.

Não é hora de afrouxar o isolamento

08/05/2020 às 20:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27

Desde que a pandemia de Covid-19 se transformou em questão de saúde pública também no território brasileiro; casos de pacientes contagiados e óbitos começaram a ser registrados, ficou claro que o comportamento de cada cidadão seria decisivo como parte das ações de enfrentamento. As experiências de outros países afetados mais cedo mostravam como o isolamento social e a redução radical nos deslocamentos seriam, na falta de uma, a grande vacina num primeiro momento, fator indispensável para conter a disseminação do novo coronavírus e reduzir ao máximo o alcance da doença.

Prefeitos e governadores, amparados pelas indicações dos profissionais de saúde, começaram a determinar a suspensão das atividades não-essenciais, bem como outras medidas restritivas à circulação de pessoas. Com percentuais colocados como objetivos para abrandar a curva de transmissão, reduzir a pressão sobre o sistema hospitalar e, com isso, a probabilidade de mortes em consequência do atendimento colapsado. Garantir 70% de adesão seria o ideal. Manter o índice em 50% o mínimo aceitável para evitar o crescimento exponencial das ocorrências.

Números de levantamento mostrado nesta edição dão conta de que, em Minas, há total bastante inferior ao desejado: 38,6% em 30 de abril, quando, segundo os especialistas, o pico da pandemia ainda se aproximava. É verdade que há realidades distintas, que há regiões e cidades que concentram o maior número de casos mas, de todo modo, o número preocupa. Tanto mais agora que, em vários municípios, começam a entrar em vigor ações de relaxamento da quarentena.

A consciência da necessidade de aderir e respeitar a palavra dos especialistas não deve ser algo imposto, mas partir de cada um, diante de um quadro que se desenha mais grave a cada dia. Não faltam exemplos de estados no país que, por motivos distintos, não conseguiram controlar a incidência do vírus com a mesma eficácia, e servem de alerta para o que pode ocorrer caso não se mantenha a vigilância. Do mesmo modo, qualquer passo em direção a uma retomada deve ser dado de modo cauteloso, sem a pretensão de alcançar para já uma normalidade.

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