A Câmara Municipal pediu, mas a Prefeitura de Belo Horizonte ainda não se posicionou. Os vereadores defendem o cercamento da área do Parque Cássia Eller, na Pampulha, impossibilitando o acesso direto pelos moradores do condomínio Fazenda da Serra. O entendimento é de que há um privilégio que não pode ser aceito por se tratar de espaço público.
O encaminhamento da CPI das Cancelas foi a definição de um projeto de lei para regularizar as situações já consolidadas. Ou seja, as áreas com instrumentos demarcatórios instalados serão regulamentados, enquanto novos não serão aceitos. E, em relação ao Parque Cássia Eller, os vereadores pediram justamente o cercamento da área na lateral do Fazenda da Serra.
Qualquer morador de Belo Horizonte que queira entrar no parque precisa se identificar, respeitando os horários estabelecidos. As restrições são importantes para a defesa do meio ambiente, assim como ocorre em outros parques. Os moradores do condomínio alegam que a associações deles é que faz a manutenção da jardinagem e limpeza, além de fornecer papel higiênico para os banheiros. Com o fim do acesso livre, o apoio financeiro acabaria. Isto, no entanto, não deveria ocorrer, uma vez que a localização do parque já é um fator que favorece os condôminos, contribuindo para a qualidade de vida e a valorização imobiliária do local.
O cuidado com as áreas verdes de Belo Horizonte cabe ao poder público por dever, mas deve ser compartilhado entre os moradores. As campanhas para manutenção da limpeza e respeito à natureza em todos eles, do Parque das Mangabeiras ao Parque Municipal e tantos outros, chamam a população para ajudar na preservação. No caso do Cássia Eller, há uma situação particular, porque ali se discute o acesso privilegiado, sem necessidade de apresentação da carteira de identidade. Embora a maioria respeite o horário de visitação, a reportagem ouviu manifestação de um morador do Fazenda da Serra que não sabia da restrição de horário para passeios no parque. Sendo assim, o que se espera é que a prefeitura ouça o clamor da Câmara Municipal, defendendo a igualdade de direitos.
O que mais importa, nesse confronto de interesses, é que o parque seja preservado e não acabe abandonado, servindo de local de lazer e descanso para quem quer que seja.