Editorial.

Portabilidade de crédito vale a pena?

21/10/2020 às 20:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:51

A aquisição da casa própria é um dos principais sonhos de consumo dos brasileiros. Tirando a nata social da reportagem da edição de ontem – aqueles que, com facilidade, estão comprando ou trocando imóveis de até R$ 9 milhões –, a grande maioria dos mortais recorre ao financiamento para conseguir um cantinho pra chamar de seu.

Com a pandemia e seus impactos econômicos, o que já era um desafio – quitar a dívida e ter a posse definitiva do imóvel – tornou-se martírio e risco de perda do bem. 

O corte nos salários e, pior, o desemprego que tira o sossego e esvazia os bolsos de quase 14% da população complicaram e muito a vida de quem tem parte do orçamento comprometida com o pagamento das parcelas. 

Não por menos, uma das saídas mais buscadas é a portabilidade da dívida, ou seja, a transferência para outra instituição financeira que ofereça mais facilidades de pagamento. Atualmente a transação é atrativa por conta da queda da taxa básica de juros, a menor da história do país.

Nos oito primeiros meses deste ano, os pedidos de portabilidade subiram 553%, segundo dados do Banco Central. O saldo portado chega a R$ 4 bilhões. Pouco, na avaliação de especialistas. 

Pode ser, mas a grande vantagem da portabilidade é a redução dos custos e só compensa se no final o gasto cair. Bancos nunca saem perdendo, mas o consumidor, se não se informar bem, pode não só trocar seis por meia dúzia, mas cair num buraco maior. 
 

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por