Editorial.

Preconceito e ódio

12/06/2016 às 18:59.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:52

O mês de junho, além de ser para os brasileiros um período de comemoração do São João, da chegada do frio e do Dia dos Namorados, é, também, o mês do Ramadã, que é o nono mês do calendário islâmico, no qual se acredita que o profeta Maomé recebeu a revelação da parte de Alá. Por 30 dias, os muçulmanos devem jejuar do levantar ao pôr do sol. 

 Além de tudo isso, é o período em que se comemora o Orgulho Gay, desde a década de 1970. Em 28 de Junho de 1969, uma batida policial em um bar frequentado por homossexuais em Nova York (o Stonewall Inn) acabou em rebelião e pancadaria. No primeiro aniversário deste fato, mais de 10 mil gays foram às ruas por igualdade de direitos e para lutar contra o preconceito. Lá se vão 46 anos...

 Será que a escolha do atirador Omar Saddiqui Mateen pelo mês de junho foi apenas uma coincidência? O massacre ocorrido em Orlando, na Flórida, cidade conhecida pelas diversões proporcionadas pelos maravilhosos parques da Disney, aconteceu porque um sentimento maior veio à tona, o ódio. Um sentimento que ronda as redes sociais, as ruas das grandes cidades, o relacionamento entre homens e mulheres, entre homo e heterossexuais.

 A polícia estadunidense ainda apura quais foram os reais motivos que levaram Omar a abrir fogo com um fuzil automático AR-15 na boate Pulse, que funciona na cidade há 12 anos e é considerada um local emblemático para a comunidade LGBT nos EUA. No entanto, sabe-se que o atirador entrou em contato com o serviço de emergência norte-americano, o 911, afirmando sua lealdade ao chefe do Estado Islâmico, organismo terrorista que, inclusive, assumiu o atentado... Resta saber se o EI está se aproveitando de um ato isolado para promover ainda mais o ódio aos homossexuais e à população do mundo que não é islâmica ou se já era algo programado e arquitetado pelos terroristas.

 Pesquisa recente da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexuais mostra que o número de países com leis que permitem a homofobia caiu nos últimos 11 anos e que a aceitação pública de pessoas LGBT está crescendo. Atos como o ocorrido na boate Pulse levam a pensar se pesquisas como esta refletem mesmo a realidade que se vive no mundo de hoje, um mundo de puro preconceito. 

 que aconteceu na cidade norte-americana

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