Editorial.

Quando a família comanda o negócio

27/10/2017 às 20:12.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:26

Especialistas em gestão de negócios e administração de empresas dão o recado em alto e bom tom. Para que o empreendimento familiar prospere e seja um sucesso, uma receita deve ser seguida à risca. Não dá para misturar o almoço de domingo, quando a parentada toda se encontra na casa da avó, com a reunião de trabalho de segunda-feira. 
Para que uma empresa tenha longevidade também é inadmissível confundir o caixa empresarial com as despesas domésticas. Levar o boleto da escola do filho para o financeiro da empresa pagar, por exemplo, é infração gravíssima. Outro erro comum é não remunerar adequadamente os funcionários membros da família. Deixar de assinar a carteira de trabalho pode render um processo judicial e uma briga feia entre os parentes. 

Mas também são muitas as vantagens de ter familiares entre os sócios ou empregados. E uma delas é a confiança. Ter tranquilidade e segurança no gerente e nos demais funcionários é um dos pilares para uma boa administração de qualquer negócio. 

E não são poucos os empreendimentos tocados por familiares no país. Pesquisa recente realizada pelo Sebrae mostra que três em cada dez pequenos negócios em Minas Gerais têm parentes como sócios ou empregados. Segundo o estudo, 36% dos pequenos negócios brasileiros podem ser considerados familiares.

As empresas de pequeno porte são as que concentram a maior proporção (59%) de parentes nos quadros funcionais. Entre as microempresas, 52% são familiares. Já os microempreendedores individuais reúnem 25% de empreendimentos com essas características. 

No entanto, outro levantamento aponta que apenas 4% das empresas chegam à quarta geração da família controlando a administração do negócio. O dado acende um alerta. O caminho para a perenidade é profissionalizar a gestão e preparar os herdeiros para a sucessão no comando. O processo geralmente é demorado. Pode levar de cinco a dez anos. Mas vale a pena, garantem os entendidos. 

Assim, um ingrediente que não pode faltar na hora da escolha de quem vai assumir o negócio é a isenção. Não adianta colocar como chefe aquele parente que você ama de paixão. É preciso separar os sentimentos do ambiente empresarial. 

  

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