Com as restrições impostas pela Justiça Eleitoral às campanhas, este ano, que vão de menos dinheiro para partidos e candidatos, com a proibição das doações por empresas, ao impedimento de que se inunde as cidades com santinhos de papel, outdoors e cavaletes, os concorrentes têm buscado o caminho da tecnologia para chegar aos eleitores.
Os destaque é a Internet e, especialmente, das redes sociais. Em Minas, por exemplo, os principais postulantes ao Palácio da Liberdade montaram estratégias nessa linha para convencer o público sobre suas propostas e linhas de atuação, caso consigam se eleger.
Isso inclui a criação de diversos grupos de Whastapp, direcionados, principalmente, a moradores do interior. Também foram desenvolvidos aplicativos específicos para obtenção de engajamento, assim como plataformas para fazer vaquinhas virtuais – o que permite engordar fundos de campanha com contribuições de qualquer pessoa, até o limite individual diário de R$1.064,10 – e os chamados santinhos digitais, enviados por e-mail ou por mensagens.
No caso desses últimos, são muitas as vantagens. Vão desde a economia com gráficas, que representavam, até recentemente, peso considerável no orçamento das campanhas, até a possibilidade de fazer com que os eleitores recebam, virtualmente, guias completos sobre os candidatos. E passam, claro, por menos sujeira nas ruas.
No rol de novidades, consta ainda a possibilidade de produção e transmissão de vídeos de eventos ao vivo em múltiplas páginas de redes como Facebook e Instagram.
Embora isso represente custos para os concorrentes, já que ferramentas para ampliar publicações e compartilhamentos são cobradas, o alcance final, garantem marqueteiros digitais, pode ser enorme – maior até que o obtido no rádio ou na TV.
Faz-se necessário, contudo, lembrar que, mesmo com todas as facilidades que as tecnologias propiciam numa corrida eleitoral, há regras que devem ser respeitadas.
Uma delas é a de que a propaganda eleitoral só pode ser enviada a quem tenha fornecido espontaneamente seus números de telefone ou endereços eletrônicos ao comando das campanhas. Em caso de irregularidades, as multas podem chegar a R$ 30 mil.
Portanto, fica o alerta: só porque a poluição eleitoral diminuiu nas ruas, não significa que tenha de passar para celulares e caixas de correio dos cidadãos.