20 anos sem Nilson Espoletão

26/10/2017 às 00:34.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:23

O nosso mestre de jornalismo Felipe Gabrich alcunhou para ele o apelido de “A Garça” por causa dos braços abertos no momento de receber a bola e matá-la no peito para deslizar suavemente até seus habilidosos pés. Aliás, o saudoso Eduardo Lima, o Goya, gravou crônica para falar da “matada no peito” de Nilson Espoletão. Disse: “Para ele, a bola era submissa, completamente subjugada, conduzida como uma dama para onde quer que ele quisesse”.

O sempre vivo Gelson Dias afirmou particularmente que o domínio de bola dele era como poucos. O Professor Nicomedes Almeida, um dos seus companheiros preferidos, disse outro dia que tinha uma admiração pelo meu velho e querido pai. O Atenense Carlúcio Bicalho afirmou que “Nilson Espoletão apanhava a bola no ar como o pé e trazia para o chão como se ela estivesse colada nele”. 

Muito se tem a dizer sobre Nilson Espoletão como um grande jogador de futebol. Talvez o grande notável de sua época. E agora, quando completam-se vinte anos sem a presença dele entre nós, é válido que recordemos sua saga. Mas não somente a sua, como a de tantos outros que fizeram do futebol de Montes Claros inesquecível e tão bonito.

Não me recordo de outras cidades terem tanta paixão por aqueles que fizeram a história futebolística do povo. Meu companheiro das jornadas da vida, Sérgio Bastos, filho do saudoso Teixeira Bastos, radialista da Rádio Sociedade Norte de Minas, relembrou dia desses os grandes nomes do nosso rico futebol das geraes, os quais me arrisco a reproduzir aqui: Manoelito, Manoelzinho, Bichara, Jomar, João Batista, Sabará, Marcelino, Zé Bispo, Nuno, Nona, Osias, Bené, Duílio, Nilson Fiapo, Pindoba, Bonga, João Melo, Rafael, Gontijo, Nicomedes, Dener, Didi, Carinhanha, Godofredo, Joaquim, Coronel, Gildásio, Chiquito, Felipe Gabrich, Ninha, Gerinha, Cardosinho, Adilson, Bigorna, Dirceu Pantera, Garrincha, Lado, Dito, Juber, Moe de Ferro, Estrelinha e João de Júlio, além é claro do próprio Nilson Espoletão.

Ele foi um herói, nos gramados e na vida. Como jogador de futebol, não deixou nada a desejar. Como profissional da pintura, também não deixou nada a desejar, como pai, não deixou nada a desejar. Mas, é preciso ressaltar: Ele jamais seria o grande Nilson Espoletão, por detrás não existisse a pequenina Maria José Barbosa. Do alto dos seus 1,50m, foi minha mãe a grande responsável pelas principais transformações na vida dele, e até mesmo a mais importante: sua vida voltada para a espiritualidade.

Termino a crônica de hoje com as palavras do amigo Márcio Goulart, fã do Espoletão: “O Mineirão não viu seu pai jogar, O Maracanã não viu seu pai jogar, O Morumbi não viu seu pai jogar, O Pacaembu não viu seu pai jogar: Azar o deles!”

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