40 presos de SC serão transferidos a unidades federais

Folhapress
16/02/2013 às 12:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:03
 (Fabio Roddrigues Pozzebom/ABr)

(Fabio Roddrigues Pozzebom/ABr)

FLORIANÓPOLIS, SC 16 de fevereiro (Folhapress) - O governador Raimundo Colombo (PSD) e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) anunciaram neste sábado (16) a transferência de 40 criminosos de Santa Catarina a presídios federais de segurança máxima em resposta aos atentados iniciados em 30 de janeiro.

Reunidos em Florianópolis, Colombo e Cardozo também anunciaram o início da Operação Divisa, pela qual pretendem combater o tráfico de drogas e "quebrar as organizações criminosas", que reconheceram estar por trás dos atentados-106 em 33 cidades até as 11h de sexta-feira.

Outra medida anunciada é uma revisão nos processos dos 17.200 presos do Estado para aliviar a tensão nas prisões  muitos detentos reclamam de atraso em progressão de regime, por exemplo.

Posicionamento

A entrevista foi concedida às 11h no momento em que a polícia cumpria cem mandados de busca e apreensão, sobretudo na Grande Florianópolis, onde a facção PGC (Primeiro Grupo Catarinense), suspeito pelos atentados, é mais forte.

Até as 11h, 25 pessoas haviam sido presas, entre elas, parentes do traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, suspeito de liderar o PGC e determinar os ataques neste ano e em novembro passado, quando foram registrados 68 casos em 17 cidades.

"Nós estamos quebrando a espinha dorsal do crime organizado. Estamos trabalhando duro e vencendo o crime", disse Colombo.

Ele agradeceu especialmente à Justiça "pela agilidade" com os pedidos de transferência de presos e mandados de prisão e desculpou-se pelo silêncio das últimas semanas.

"Procuramos só dizer o que era possível dizer. Mas isso [silêncio] impediu o nosso fracasso."

O combate

O ministro da Justiça não revelou quantos homens da Força Nacional estão no Estado nem para onde foram levados os 40 criminosos de Santa Catarina. Disse que, se for necessário, outros presos serão transferidos. Cardozo detalhou os procedimentos dos governos federal e estadual no enfrentamento à crise, que, segundo ele, começaram com a formação de "um grupo de inteligência" e culminaram com o envio da Força Nacional.

"Não se resolve um problema desses em um passe de mágica", disse, antes de também desculpar-se pelo silêncio durante o processo.

"Em segurança pública não se pode dar dados que inviabilizem a operação", afirmou.

O ministro revelou que entre os 25 presos hoje estão "alguns advogados", para os quais disse que não pode "haver nenhum tratamento diferenciado".

Cardozo informou que a Operação Divisa será feita por todas as forças dos governos estadual e federal em ações por terra, ar e mar.

"Teremos barreias em todos os lugares e horários, mas aí vocês vão me perguntar 'onde', 'quando'. Eu não posso responder isso."

A operação prevê o uso de um scanner veicular pela Polícia Rodoviária Federal para detectar drogas e armas com mais rapidez.

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