Uma pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que 64% dos empresários brasileiros acreditam que o impacto aqui da saída do Reino Unido da União Europeia será muito limitado. Para 43% deles, o divórcio na Europa causará uma instabilidade apenas a curto prazo, seguida de manutenção do cenário atual. Outros 21% acreditam que o processo terá baixo efeito nas operações brasileiras das empresas ou na economia.
Sobre possíveis efeitos negativos, mesmo que pontuais, os executivos avaliam com mais força três cenários: cambial, com incertezas e maior volatilidade das moedas (31%); imigratórios ou alfandegários, com novas regras para entradas de pessoas ou produtos no Reino Unido (29%); e político, trazendo dificuldades nas relações com os países europeus (20%).
Para 54% dos consultados pela Amcham, o Brexit pode ter impactos positivos, especialmente quando se fala na possibilidade de um maior relacionamento comercial Brasil-Reino Unido, em virtude de possíveis acordos individuais e abertura de novas frentes de negociação, inclusive para a cadeia agrícola.
Uma parcela de 21% dos entrevistados enxerga também vantagens na atração de capital, com fuga do risco da Europa e investidores buscando novamente mercados emergentes como o Brasil. Sobre possíveis setores que podem ser beneficiados no Brasil foram listados: agrícola (61%); financeiro (35%); indústria (31%); e serviços (30%).
Em relação ao Mercosul, a perspectiva é mais negativa. Para 43%, o Brexit trará maior burocratização e novos empecilhos nas negociações do bloco com a União Europeia. Outros 29% acreditam que serão mantidas as dificuldades já existentes.
A enquete da Amcham foi aplicada durante o evento promovido pela entidade, em São Paulo, no último dia 6. Foram ouvidos 113 empresários e executivos brasileiros dos mais variados portes e segmentos econômicos.
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