(FILIPPO MONTEFORTE/AFP)
SAMARA (Rússia) – A zebra chegou a passear em Rostov-On-Don. Mas a Bélgica fez valer o seu favoritismo, e ganhou de 3 a 2, de virada, do Japão. Assim, o aguardado confronto com o Brasil, que mais cedo tinha feito 2 a 0 sobre o México, sem tanto sofrimento, em Samara, tem dia e hora marcados.
Será na próxima sexta-feira, às 15h (de Brasília), em Kazan, pelas quartas de final da Copa da Rússia. E se for levada em consideração a história da Seleção no Mundial, a partida valerá e muito para o time do técnico Tite. Diante dos belgas, o Brasil, único pentacampeão mundial, igualará a Alemanha em número de jogos em Copas (109), e a classificação às semifinais significará para ela ser a primeira a ultrapassar a marca de 110 partidas em Mundiais. Nos gols, com os dois sobre o Japão, a Seleção já deixou os alemães para trás como a que mais balançou as redes (228 a 226).
Apesar das impressionantes marcas, o time de Tite entrará em campo lutando contra dois fantasmas diante da badalada Geração Belga. O primeiro deles é que o sonho do hexa sempre parou diante de europeus nas últimas três Copas do Mundo. Apesar de um penta conquistado exclusivamente sobre seleções do Velho Continente, com vitórias sobre a própria Bélgica (oitavas), Inglaterra (quartas), Turquia (semifinal) e Alemanha (final), a partir do Mundial de 2006, confronto de mata-mata contra europeu passou a ter o sinônimo de fracasso para o Brasil.
Na Alemanha, a Seleção do Quadrado Mágico (Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano), caiu nas quartas de final, diante da França. Sem uma equipe tão badalada como a de quatro anos antes, em 2010, na África do Sul, o Brasil foi até a mesma fase, quando foi derrotado pela Holanda por 2 a 1, de virada.
Em casa, em 2014, o Brasil voltou às semifinais, mas os 7 a 1 impostos pela Alemanha, no Mineirão, significaram muito mais que o adiamento do sonho do hexa. Foram o maior vexame da história da Seleção, completado com um 3 a 0 para a Holanda, quatro dias depois, na disputa do terceiro lugar.
Sensações
Toda a badalação em cima da Geração Belga cria ainda outra marca a ser batida pelo time de Tite no confronto da próxima sexta-feira. Na história das Copas, o time de Hazard, Lukaku e De Bruyne integra a lista das sensações, e a Seleção Brasileira tem retrospecto ruim contra as equipes que chegam à Copa do Mundo carregando essa marca. Tudo começa em 1954, entre a decepção de 1950, em casa, e o título de 1958, na Suécia, com um time que misturava essas duas gerações e caiu nas quartas de final, na chamada “Batalha de Berna”, diante da Hungria de Kocsis, Czibor e Puskas, que machucado, não disputou aquele jogo.
Depois de 12 anos, a única eliminação brasileira numa Copa do Mundo na fase de grupos aconteceu na Inglaterra com uma derrota para a sensação Portugal, comandada pelo craque Eusébio. Em 1974, na Alemanha, o jejum de 24 anos sem ganhar uma Copa a partir do tri, em 1970, no México, começou com uma queda diante da badalada Holanda, de Rep, Neeskens e Cruijff.
Assim, o desafio de Neymar e companhia é, com uma vitória só, derrubar duas escritas diante da Bélgica. E mostrar ao mundo a força de mais uma Geração Brasileira.