Na manhã de terça-feira ao subir o Quarteirão do Povo nas imediações do Café Galo, fui apresentado a senhor muito apresentável, de nome Roque Colares, que indagou-me se eu realmente era filho do saudoso Nilson Espoletão.
Ao afirmar que sim, “Seu” Roque me disse: “Conheci seu pai demais, fomos muito amigos, desde os tempos em que ele saiu do Cassimiro para jogar no Ipê”.
A partir dali, “seu” Roque contou-me histórias das quais só ouço falar, posto que sou filho mais novo da família demonstrando total conhecimento da vida deste que foi um dos grandes craques do futebol montes-clarino.
E ele, por sua vez, também tem uma história bonita no futebol, principalmente no que diz respeito aos bastidores. Foi presidente da Liga em 1973, presidente do Colegiado de Árbitros, diretor da Junta Disciplinar, diretor de clubes e outros cargos no esporte da cidade, totalizando mais de 40 anos de serviços prestados.
Para o serviço que prestou, “seu” Roque diz que seu trabalho só foi possível com o apoio de grandes nomes do esporte dos quais ele não se esquece de mencionar: Tuca Porreta, Jorge Silveira, Geraldo Lopes, Manoel Oliveira, Zezé Campos e Aristóteles Mendes Ruas.
Para finalizar, seu Roque deixou claro pra mim o apreço pelo meu pai como atleta e como pessoa. “Como atleta, fui apenas razoável, mas senti-me realizado por jogar ao lado de jogadores de destaque, entre eles, o inesquecível Nilson Espoletão, o maior camisa 10 de todos os tempos de nossa cidade” escreveu-me em uma carta com caligrafia esmerada.
Ao seu Roque Colares só posso agradecer pela gentileza, educação e fineza com que fui tratado. O esporte de Montes Claros agradece em vida pela sua importante colaboração para que ele fosse, no coração dos montes-clarenses o que é hoje: uma paixão que queima e um fogo que não apaga.