(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Passados 735 dias da maior tragédia socioambiental do país, em Brumadinho, na Grande BH, enfim um acordo pode ser selado, hoje, entre a Vale e o Governo de Minas. A expectativa é que cifras bilionárias sejam confirmadas na tentativa de reparar parte dos estragos incalculáveis e danos morais provocados pelo desastre. O rompimento da barragem, em 2019, deixou 270 mortos – 11 corpos ainda não foram encontrados.
A reunião começou às 9h no Tribunal de Justiça (TJMG), em BH, com a participação do Executivo estadual, empresa e Ministério Público. Os valores da negociação não foram divulgados, mas o Estado pleiteava R$ 55 bilhões. A Vale não concorda. Se não houver acordo, o processo volta para julgamento em 1ª instância na Justiça.
Com o dinheiro, conforme o Hoje em Dia já havia mostrado, o Governo de Minas pretende bancar mais de 100 obras. O montante será aplicado em Brumadinho e municípios do entorno, que compõem a calha do rio Paraopeba.
Dentre as possíveis intervenções, universalização do saneamento básico, construção do Rodoanel e uma obra capaz de ligar as bacias do Paraopeba e do rio das Velhas, afastando o risco de interrupção no fornecimento de água à Grande BH.
Otimismo
Ontem, o procurador-geral de Justiça do Estado, Jarbas Soares Filho, se mostrou confiante. “Nesta quinta, assinaremos o bilionário acordo com a Vale em razão da tragédia de Brumadinho. O maior acordo da história se dá em 2 ações do MPMG e uma do Estado, e não incluem as ações penais, os danos desconhecidos e os direitos individuais. Respeito aos atingidos e ao povo de MG”, postou ele, nas redes sociais.
O procurador disse que a garantia dos direitos dos atingidos, a recuperação do meio ambiente e as medidas de reparação são premissas básicas do acordo.
O governador Romeu Zema também usou as redes sociais para informar que a negociação estava avançada, “com foco na melhoria de vida dos moradores das regiões diretamente atingidas”. A Vale disse que não irá comentar o acordo.
(*) Com informações de Luiz Augusto Barros, Rosiane Cunha e Renata Galdino