Após longas horas de negociação, representantes do governo e de entidades de caminhoneiros disseram ter chegado a um acordo para a suspensão da paralisação da categoria, que provoca bloqueios de rodovias e desabastecimento em todo o país. O acordo prevê que a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o diesel este ano seja zerada. A principal mudança, porém, é que a redução de 10% nos preços do diesel, anunciada na quarta-feira pela Petrobras, será mantida por 30 dias. Ao final da reunião, ocorrida na noite de quinta-feira (24), o governo previu que até segunda-feira (28) estará normalizada a situação nas rodovias. Acordo extraoficialApesar do anunciado entendimento pelo governo, a paralização dos caminhoneiros, além de não ser interrompida, parece ter ganhado mais força, e passou a contar com o apoio de toda a população brasileira. Muito além da redução do preço do diesel, a mobilização dos motoristas abre caminho para o protesto do cidadão que vive sob o jugo de impostos abusivos e privação de direitos constitucionais, como o acesso à saúde e à educação, enquanto a riqueza nacional se esvai pelo ralo da corrupção. Sem escalaNa sexta-feira, no aeroporto internacional de Brasília, voos foram cancelados por falta de combustível. A Inframérica, concessionária que administra o aeroporto, informou que todos os aviões que pousarem no JK e que precisem de abastecimento só vão decolar após a volta do fornecimento de combustível. Transporte reduzidoO transporte público no DF também foi reduzido a partir da última quinta-feira. Segundo o Governo do Distrito Federal, as medidas devem ser avaliadas diariamente, de acordo com o estoque de combustível de cada empresa que opera o Sistema, que está em baixa por conta da greve dos caminhoneiros. Escolas fechadasNa sexta-feira, o GDF suspendeu as aulas nas escolas da rede pública de ensino, em razão da paralisação de caminhoneiros e outras categorias de transporte. Escolas e universidades particulares também cancelaram as aulas. Segundo o Palácio do Buriti, a medida “visa garantir a segurança dos alunos, diante da possibilidade de novas interrupções, bem como melhorar a mobilidade no trânsito da cidade". BastaApesar de todas as dificuldades, em decorrência das paralizações iniciadas com a manifestação dos caminhoneiros, o que se percebe é que a população do DF está encarando o movimento com serenidade e otimismo. Nos cartazes e faixas de apoio afixados pelas ruas da capital federal, a população demonstra não ser mais tolerante aos rigores da economia e já não admite mais que um país autossustentável como o Brasil continue nas mãos de poucos, enquanto o povo sofre.