(Facebook/Reprodução)
Acusado de matar a companheira argentina Maria Silvina Valéria Perotti, de 33 anos, com um tiro na cabeça, o técnico em eletrônica José Antônio Mendes de Jesus está sendo julgado nesta manhã no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte. O crime, que culminou na morte da vítima, grávida de sete meses, ocorreu no bairro Nova Suíça, na capital mineira em 2013.
Na ocasião, a vítima chegou a receber atendimento médico e o parto da criança foi feito de forma emergencial. A mulher não resistiu aos ferimentos e morreu, o filho do casal nasceu prematuramente. Por isso, além da acusação por homicídio por motivos torpes, José Antônio será julgado também por tentativa de provocar aborto, conforme o Fórum Lafayette.
Presidida pela juíza Karina Veloso, a sessão desta sexta-feira (17), que começou por volta de 9h45, estava marcada inicialmente para 6 de dezembro de 2016. No entanto, a defesa apresentou atestado médico, alegando impossibilidade de atuar no júri, e o julgamento foi adiado para hoje.
Com a nova data, o réu, que alega ter sido vítima de assalto junto com a companheira na época do crime, teve liberdade provisória revogada e foi preso preventivamente.
A justificativa para a prisão foi apresentada pelo Juiz Glauco Soares Fernandes, titular do 2º Tribunal do Júri, que alegou que o acusado intimidou testemunhas e a mãe da vítima, além de ter registrado boletim de ocorrência de tentativa de roubo, em Contagem, quando deveria estar em casa, por imposição judicial.
Entenda o caso
Maria Silvina estava no sexto mês de gestação quando foi baleada na cabeça e jogada em um lote vago. Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado, quando o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Maria Silvina foi baleada e jogada para fora do carro. Um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Valéria, como era mais conhecida, chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, por meio de uma cesariana de emergência, conseguiu salvar o bebê.
O inquérito do crime foi encerrado em abril de 2014. José Antônio foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Ele chegou a ser preso no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, mas foi liberado dois dias depois. O juiz Carlos Roberto Loyola entendeu à época que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria da morte da empresária.