(Julio Hubner / Divulgação)
A medida em que os casos de infectados e mortes pelo novo coronavírus aumentam em Minas Gerais, a adesão ao isolamento social - recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a proliferação do vírus - diminui no Estado. O índice de pessoas em casa, que chegou a 62,1% no dia 22 de março, despencou para 38,6% em 30 de abril.
O levantamento é da In Loco, empresa de tecnologia que analisa a localização de 60 milhões de brasileiros por meio do GPS do celular. Apesar do monitoramento, ela garante a privacidade e anonimato das pessoas.. Conforme a pesquisa, na última quinta-feira (7), apenas 40,3% dos mineiros fizeram quarentena.
A mudança de comportamento não é difícil de ser notada. Quando Belo Horizonte decretou o distanciamento social, em 18 de março, as ruas da metrópole ficaram praticamente desertas. Atualmente, grandes vias registram lentidão no trânsito e é comum flagrar moradores se exercitando em pistas de caminhada.
Além disso, parte do comércio considerado não essencial também abriu as portas por meio de liminar concedida pela Justiça. O "furo" da quarentena preocupa especialistas, que analisam que o esforço feito pela população até o momento pode ser "jogado fora". Infectologista e membro do comitê de combate a Covid-18 em BH, Unaí Tupinambás explica que a taxa de isolamento ideal é de no mínimo 50%.
"Podemos perder toda nossa frente à Covid-19 das últimas semanas. O número de casos pode aumentar de forma exponencial, dobrando a cada 4 a 5 dias. Isso levaria ao colapso do Sistema de Saúde e aumento da mortalidade", explicou.
Conforme o médico, quanto mais alta a adesão ao distanciamento social, mais altas são as chances de controlar a epidemia e reduzir o índice de transmissão da doença.
Em Minas, de acordo com o mais recente levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o novo coronavírus fez 2.770 vítimas e matou 106 pessoas.