De tão complexo, o assunto precisará de mais tempo. Em sua terceira reunião ordinária no ano, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) decidiu nesta quinta-feira (15) adiar a apresentação de propostas para melhorar o ensino médio. Dados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostram uma estagnação nessa etapa de ensino - o índice saltou de 3,6 para 3,7, mas considerando apenas a rede pública, permaneceu estagnado em 3,4.
"Fizemos reuniões regionais, elaboramos um documento preliminar, mas entendemos que havia necessidade de aprofundar as propostas", disse o secretário de Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps. A nova previsão é entregar as propostas em meados de dezembro.
Foram apresentadas as linhas gerais do relatório, que abordam reformulação curricular, ampliação da educação em tempo integral e maior investimento em infraestrutura. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, acompanhou parte das discussões.
A rede estadual é responsável por cerca de 97% da matrícula na rede pública - em nove Estados e no Distrito Federal, foi registrada queda no Ideb 2011 em comparação a 2009.
Santa Catarina é a unidade da federação com melhor Ideb no ensino médio - 4,0. A meta nacional para 2021 é 5,2.
"O processo não é simples, não é apenas um ou dois itens que precisamos reorganizar. São mais de dez temas", disse Deschamps. "Esse é um trabalho a ser feito pelos secretários junto com o MEC nessa reformulação."
O MEC estuda alterar a forma de avaliação do ensino médio, trocando a Prova Brasil - que é amostral - pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com Deschamps, os secretários estaduais apoiam uma avaliação censitária do ensino médio e aguardam a conclusão do estudo técnico preparado pelo governo para avaliar os efeitos de uma possível mudança da fórmula. Uma das preocupações é não perder a série histórica.
Durante encontro com secretários, Mercadante defendeu uma maior integração entre as disciplinas do ensino médio. O ministro também destacou que o governo federal deve adquirir tablets para professores da rede pública.
http://www.estadao.com.br