Administração de Athos frustra expectativas do PHS

Jornal O Norte
18/04/2007 às 10:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:02

O Norte entrevistou, ontem pela manhã, o universitário Anderson Rezende, presidente do diretório municipal do PHS – Partido Humanista da Solidariedade, fundado em Montes Claros em 2004. Com 24 anos de idade e cursando Direito na Faculdade Pitágoras, Anderson, desde outubro do ano passado, tem realizado trabalho de filiação com vistas às eleições de 2008.

O dirigente lembra que, não obstante faltar ainda um ano e meio para a sucessão municipal, o PHS quer marcar posição, sobretudo por não concordar com os resultados da administração do prefeito Athos Avelino. Mais do que isto, Anderson disse que os jovens terão importância fundamental no próximo pleito, lamentando que, cumprido mais da metade de seu mandato, o chefe do executivo ainda faz planos. No seu modo de entender, já em campanha os candidatos têm que ter projetos para promover o desenvolvimento, o que não estaria ocorrendo em Montes Claros.




(foto: Manoel Freitas)

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O NORTE - Primeiramente, o que leva uma pessoa tão jovem como você a colocar a política partidária na ordem do dia?

ANDERSON – Sou uma pessoa preocupada não apenas com o meu futuro, mas – principalmente - com o bem-estar das gerações vindouras. Alguém que quer participar de modo mais ativo das questões coletivas, dos problemas da comunidade e, principalmente, das questões que dizem respeito aos jovens que – hoje - encontram-se sem perspectivas.

Nesse primeiro momento, que mensagem o PHS tem procurado passar ao eleitorado, à população?

Estamos focados hoje num objetivo: mostrar a população que o PHS existe e que está de portas abertas para quem pensa grande, para quem acredita ser preciso fazer as coisas de modo diferente. Estamos estruturando o partido para receber novas filiações, mas receber pela porta da frente, com metas, com objetivos a serem alcançados. Ao mesmo tempo, em nível de diretoria, estamos intensificando as conversações para fazer coligações com vistas às eleições municipais.

O PHS é um partido relativamente novo na cidade. Como tem sido o trabalho de militância?

Desde que assumi a direção do PHS, em outubro do passado, passei a trabalhar no sentido de reunir lideranças capazes de, no próximo pleito eleitoral, se candidatarem a cargos eletivos, em todos os níveis. Nas eleições passadas, apoiamos um candidato à Assembléia Legislativa e à Câmara Federal. Não obtivemos sucesso, mas o trabalho serviu para amadurecer o partido e isso é o que importa. Deixamos bem claro que o PHS existe em Montes Claros e é uma opção para todo o Norte de Minas, sobretudo para a nova geração, para aqueles que têm visão ampliada.

Qual a leitura que a presidência do PHS faz do governo atual?

Penso que a administração pública está em falta com a sociedade. No meu ponto de vista, como dirigente partidário, o governo tem desrespeitado a população de Montes Claros e até mesmo do Norte de Minas, porque a cidade é a capital da região. Grande parcela da população é composta por universitários, oriunda de outros municípios e, se o governo local não vai bem, produz reflexos negativos em todo o Norte de Minas.

Mesmo não disputando cargos eletivos, os membros do partido participaram do último pleito, votando, apoiando candidatos. Aos seus olhos, o prefeito tem correspondido às expectativas?

Não enxergo no prefeito uma pessoa preocupada com as questões humanitárias, como fazia crer em campanha. Como jovem, não nego que esperava muito mais de Athos Avelino. Apostava numa mudança, julgava que Montes Claros iria dar uma grande arrancada. E minha decepção não diz respeito apenas ao prefeito, mas, igualmente, às lideranças que o apóiam, como os deputados estaduais e federais e mesmo dos vereadores, que respaldam de modo incondicional suas ações.

O quê estaria faltando para o governo do PPS?

Está muito claro que as promessas de campanha não têm sido cumpridas. E esta sua base de apoio, tanto aqui, como em Belo Horizonte e Brasília, tem sua parcela de culpa. Do mesmo modo que apóiam, têm o dever de cobrar resultados. Resultado é o mínimo que se pode esperar de um administrador e aqui em Montes Claros, infelizmente, isto não tem ocorrido. De modo que não tenho dúvidas de que tem faltado cobrança, sobretudo por parte dos aliados. Aliás, cabe aos próprios membros de sua base de apoio cobrar mais ação, mais competência do governante.

Observando a cena política você acredita que ainda há tempo para o prefeito reverter a situação, aumentar seus índices de popularidade?

Na minha opinião, o grande pecado do prefeito Athos Avelino foi ter assumido a prefeitura sem um projeto. Penso que, já em campanha, o candidato tem que ter em mente o que é possível realizar. Isso não foi feito e julgo que o tempo é muito curto para que os governantes revertam o quadro, atualmente totalmente desfavorável. Obviamente ele precisava de um tempo para arrumar a casa. Mas isto deveria ter sido feito no primeiro semestre. No ponto em que estamos, ao invés de questioná-lo, deveríamos estar aplaudindo a realização daquilo que foi prometido em campanha. O prefeito não executou de imediato o seu projeto. Agora mesmo, realiza plenárias nas principais regiões para levantar prioridades. O momento é de ação e não planejamento. Planejar faz parte da primeira etapa e o tempo já avançou demais. O prefeito corre contra o relógio e, no meu entender, em condições absolutamente desfavoráveis. É claro que faltam ainda um ano e oito meses para as eleições, mas com certeza, se a eleição fosse hoje, dificilmente o prefeito seria reeleito.

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