(Câmara Municipal/Divulgação)
Com base na Lei de Acesso à Informação, Mariel Márley Marra, o advogado que tira o sono de muitos políticos de Minas, pretende requerer hoje à Câmara Municipal de Belo Horizonte informações sobre o GPS dos veículos oficiais utilizados pelos 41 parlamentares. Pela lei, o Legislativo tem 30 dias para respondê-lo.
Marra é o responsável pelo processo que levou à cassação do mandato do vereador Cláudio Duarte, de BH. Também é um dos autores do processo que, pela segunda vez, levou a Câmara a instaurar uma comissão processante que poderá definir em plenário o futuro do mandato de Wellington Magalhães.
A nova investida do advogado é esclarecer o uso dos veículos oficiais na Câmara Municipal de BH. Ele disse ter recebido denúncia de mau uso dos carros. O que deveria prestar serviço ao gabinete de um vereador, por exemplo, teria levado a filha do político para passeio numa praia no Espírito Santo, segundo Marra.
“Vou pedir informações sobre os trajetos dos carros todos os dias e em tempo real. Quero acesso a estas informações. Ao que parece, a farra com o carro oficial está muito grande. A Câmara Municipal terá 30 dias para me responder. Se (o Legislativo) se negar, vou impetrar um mandado de segurança para que via judicial eu tenha acesso às informações”, disse o advogado.
No entender dele, sendo comprovado o mau uso do veículo, fica clara a improbidade administrativa. “Se um político usa o bem público para atividade particular, o Ministério Público (MP) é acionado. Se condenado, pode até perder o mandato”.
Suspeitas
Atualmente, além de Wellington Magalhães, outros três parlamentares são alvos de suspeitas que podem causar muita dor de cabeça.
Um deles é o de Catatau do Povo, contra quem há um inquérito civil para “apurar suposta utilização de bens públicos para fins pessoais”. O político não foi encontrado para comentar o caso, mas, esta semana, em plenário, refutou a suspeita encaminhada ao MP.
O segundo é o do vereador Jair Di Gregório. Segundo o MP, “foi instaurada uma Notícia de Fato, procedimento por meio do qual são buscados elementos que justifiquem ou não a instauração de um Inquérito Civil”.
Um advogado alega que o gabinete de Gregório teria praticado a “rachadinha”, quando servidores nomeados são obrigados a devolver parte do salário. O parlamentar nega veementemente o fato. Por livre iniciativa, esteve no MP para prestar esclarecimentos nesta semana.
Também por suspeita de “rachadinha”, um funcionário de confiança do vereador Bispo Fernando Luiz é investigado pelo MP. O gabinete do parlamentar informou que não poderia comentar o assunto e se negou a repassar os contatos do vereador e do funcionário à reportagem.
Procurada pela reportagem, a Câmara não comentou o assunto até o fechamento desta edição.