A morte do advogado Davi Lima Santiago Filho, de 37 anos, na noite de terça-feira, 11, eletrocutado por causa de um fio caído, no bairro de Boa Viagem, no Recife, não foi um caso único ou isolado, de acordo com levantamento divulgado pela Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe). Foram 31 o número de vítimas que morreram por choque na rede elétrica pública em 2012.
Santiago Filho passeava com o cachorro na Avenida Visconde de Jequitinhonha e, provavelmente, não viu um fio de alta-tensão, desencapado, pendurado entre dois postes. De acordo com a Arpe, as mortes que aconteceram em 2012 causaram uma multa de R$ 3,1 milhões à Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) - que poderá ser responsabilizada por homicídio culposo (sem intenção de matar) se for comprovada negligência no óbito do advogado.
A Secretaria de Defesa Social designou um delegado especial para acompanhar o inquérito. O Ministério Público (MP) fiscalizará as investigações. Representantes da Celpe e funcionários responsáveis pela manutenção da fiação desencapada serão ouvidos. A Celpe é uma empresa privada, pertencente ao Grupo Neoenergia.
A morte de Santiago Filho indignou a população e muitas irregularidades na fiação elétrica da capital pernambucana passaram a ser denunciadas nas redes sociais. Várias fotos de vias públicas da capital com fios baixos ou partidos foram postadas. A prefeitura isentou-se de responsabilidade, uma vez que cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a tarefa de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
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