O advogado Lúcio Adolfo, que defende o goleiro Bruno Fernandes, reforçou o argumento de que não há provas de que o atleta tenha sido o mandante do assassinato da ex-amante Eliza Samudio. "Não sou simpatizante da ideia de que Eliza esteja viva, nem que a ausência de corpo seja sintomática para dizer que não houve crime, mas não encontrei nas 19 mil páginas do processo uma só prova da morte de Eliza", explicou. Além disso, o defensor disse que procurou no processo uma prova da culpa do Bruno e também não encontrou nada. "Busquei algo que firmasse a acusação de que o Bruno era o mandante, mas o mando é o crime mais difícil de ser provado", completou. O advogado citou, então, uma reportagem da Folha de São Paulo que informava que o goleiro Bruno Fernandes seria julgado com dez lacunas da acusação, às vésperas do julgamento que aconteceu em novembro do anos passado. Segundo Adolfo, por causa destas lacunas levantadas pela imprensa, o promotor tratou de fazer um acordo com a defesa de Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", onde o braço-direito do goleiro "disse ter pressentido que o Bruno iria pedi-lo [para resolver a situação]". Entre as lacunas, o advogado citou o fato de o corpo nunca ter sido encontrado e da polícia nunca ter pedido a quebra de sigilo bancário do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", que teria recebido R$ 30 mil do goleiro Bruno pela morte de Eliza.
Além disso, a polícia teria desprezado 37 ligações entre o ex-policial José Lauriano de Assis, o "Zezé", e "Bola". Outra lacuna apontada pelo defensor é o fato dos depoimentos dos primos do goleiro, Jorge Luiz Rosa e Sérgio Rosa Sales, que apontavam o assassino de Eliza como sendo um homem negro. Outro ponto destacado pelo advogado é que um rastreamento aponta que "Macarrão" estaria longe do local do crime na hora que a promotoria disse que a ex-modelo foi morta.
Lúcio Adolfo continuou sua explanação pedindo aos jurados a absolvição de seu cliente. "Vocês podem até achar que o Bruno é culpado, mas não há prova". E completou: "É preferível absolver mil culpados a condenar um inocente". Em seguida, disse que se o Bruno fosse culpado não haveria o "manejo de tanta coisa errada" ao longo das investigações que resultaram no processo. "No Brasil, Edson Moreira elegeu um culpado".
O defensor do goleiro Bruno voltou a dizer que o promotor chamou Jorge Luiz Rosa de mentiroso. "Ele disse que ele não mentiu aqui, mas mentiu ali. E quem mente aqui ou ali é mentiroso", disse. Além disso, ele defendeu que o jovem não é testemunha do processo, mas réu. "Ele foi julgado e condenado na sua condição de menor", disse.
Atualizada às 22h26