Dois advogados foram presos preventivamente em Bom Sucesso, no Centro-Oeste de Minas Gerais, pela prática de crimes como apropriação indébita, falsidade ideológica e falsificação de documento.
Conforme as investigações, os denunciados fazem parte de uma organização criminosa que agia desde 2014. Eles conseguiam a identidade de pessoas que estavam com o nome negativado junto aos órgãos de restrição (SPC/Serasa) e se aproximavam delas para oferecer os serviços. Para isso, os advogados contavam com apoio de uma pessoa identificada como “Nelinho”, responsável por fazer o contato inicial com as vítimas. Ele fazia então a captação dos “clientes”, sem esclarecimento quanto aos documentos que assinavam. Depois, de posse da documentação, os advogados ingressavam com ação declaratória, ganhavam a indenização e entregavam às vítimas apenas uma quantia irrisória.
Para justificar a apropriação indébita, os denunciados faziam uma declaração falsa em recibos de quitação e utilizavam esses documentos nos processos judiciais como forma de prestação de contas. Ou ainda usavam procurações supostamente falsas - fatos que ainda estão sendo investigado - e ingressavam com ações judiciais de exibição de documentos e inexistência de débito sem que as partes sequer tivessem conhecimento. Assim conseguiam valores reconhecidos judicialmente como devidos a título de indenização.
O Ministério Público de Minas Gerais justificou que a prisão preventiva é necessária para resguardar a ordem pública. E pediu ainda que a Justiça determine o bloqueio de bens móveis e imóveis e apreenda os telefones celulares utilizados pelos denunciados. Um terceiro advogado ainda está foragido.