(Samuel Costa)
Durante duas horas e meia, os representantes do goleiro Bruno Fernandes tentaram desqualificar as acusações de sequestro e cárcere privado, além dos qualificadores do crime de homicídio que recaem sobre o atleta. Já em relação à Dayanne Rodrigues, a defesa sustentou o pedido de absolvição da ré. O advogado Lúcio Adolfo, que está à frente da defesa do goleiro, argumentou que ao pedir a absovição da ex-mulher do goleiro, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, admitiu que não houve crime de sequetro e cárcere privado e, por isso, Bruno não poderia ser condenado por esta acusação. Além disso, o defensor descaracterizou ainda os qualificadores de motivo torpe e utilizado de meio cruel na acusação de homicídio. Segundo Adolfo, a tese de que o goleiro mandou matar Eliza Samudio porque não queria reconhecer a paternidade do Bruninho é absurda.
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"Não condenem se não têm certeza", argumenta Tiago Lenoir para os jurados Advogado de Bruno critica trabalho realizado por promotor Defensor de Bruno tenta desqualificar crime de sequestro e cárcere privado Advogado relata série de erros após denúncia de Jorge Luiz Rosa Ainda conforme o defensor, Bruno não tinha motivos para se recusar a reconhecer que era pai do filho de Eliza Samudio. Segundo ele, "Macarrão" era quem não queria que o goleiro assumisse a criança, já que era ele quem administrava a fortuna do amigo. "Bruno era desapegado ao dinheiro. Se quisesse comprar um picolé, tinha que pedir ao 'Macarrão'". Em relação ao qualificador de utilização de meio cruel, já que Eliza teria sido morta por esganadura, Adolfo alegou que não há nada que prove esta acusação. De acordo com o advogado, esta tese é baseada na análise de um perito sobre a descrição feita pelo primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa. O perito teria atestado que a caracterização da morte da ex-modelo feita pelo adolescente era compatível com a descrição de morte por asfixia. No entanto, Lúcio Adolfo alegou que isto só poderia ser atestado se o corpo de Eliza tivesse sido encontrado e acrescentou se referindo ao: "talvez ele não saiba que alguém pode sofrer esganadura e não morrer asfixiado". Críticas As falas do advogado Lúcio Adolfo foram carregadas de críticas ao trabalho da promotoria e também da própria juíza Marixa Fabiane Lopes e da imprensa. Segundo o defensor, a juíza não poderia ter emitido o atestado de óbito de Eliza Samudio, em que aponta a causa da morte da ex-modelo como sendo esganadura. Em relação ao promotor Henry Wagner Vasconcelos, Adolfo disse que toda sua tese de acusação é baseada no depoimento de Jorge Luiz Rosa, menor à época do crime, e disse ainda que o próprio promotor disse que o jovem era mentiroso em entrevista ao programa Fantástico da Rede Globo. Além disso, o advogado criticou a investigação que acontece paralela ao julgamento do goleiro Bruno Fernandes e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues. Segundo o advogado, nem mesmo o promotor sabe quem matou Eliza Samudio e, por isso, apura a participação de dois outros suspeitos. "Pretende-se um julgamento quando a investigação sequer terminou", completou.