Aécio refuta golpismo e diz que futuro de Dilma depende do MP e do Judiciário

Ezequiel Fagundes
05/07/2015 às 17:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:46
 (George Gianni/PSDB)

(George Gianni/PSDB)

Em entrevista, após ser reconduzido à presidência do PSDB, durante convenção realizada em Brasília neste domingo (5), o senador Aécio Neves ressaltou que o partido não é golpista e que caberá as instituições, como o Ministério Público e o Judiciário, definir o futuro do governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo Aécio, o mandato de Dilma está ameaçado em função das revelações dos delatores da operação “Lava Jato”.

“O desfecho - a meu ver – dependerá muito mais dessas instituições, da força dessas instituições, Ministério Público, Tribunal de Contas, Tribunal Eleitoral, Poder judiciário, como um todo”, declarou. “Não cabe ao PSDB antecipar a saída de presidente da República. Não somos golpistas. É preciso que a presidente tome as rédeas, se é que ela ainda tem condições de fazer isso, porque senão, não teremos o desfecho de 2018. Ele poderá ser antecipado, mas repito: não por ação do PSDB, mas pelas inúmeras frentes que a presidente criou, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, fraudando a prestação de contas, utilizando, segundo os últimos depoimentos de delatores, dinheiro da propina na sua campanha eleitoral. Isso está em uma das delações mais recentes”.

Embora tenha evitado falar em impeachment, Aécio declarou que o governo federal foi tomado de assalto e que a corrupção endêmica gera escândalos diários, como os revelados pela operação “Lava Jato”.

“Convivemos hoje com o dramático aparelhamento da administração federal, tomada de assalto por ativistas e amigos do poder. Com o compadrio que se estabeleceu como norma básica de conduta e funcionamento da máquina pública. Com a corrupção endêmica que grassa no serviço público, gerando escândalos em série, intermináveis e vergonhosos, como os revelados quase diariamente pela operação Lava Jato”, criticou, em pronunciamento.

Em depoimento de delação premiada divulgado na semana passada, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, revelou ter pago R$ 3,6 milhões como caixa 2 para tesoureiros do PT aplicarem nas campanhas de Lula, em 2006, e da presidente Dilma, em 2010.

Segundo Aécio, em clara referência ao depoimento de Pessoa, o suposto pagamento levanta uma grave suspeição contra as campanhas presidenciais petistas. “Os sucessivos escândalos consolidam a ideia de que instalou-se no Brasil um modus operandi organizado e sistematizado em que vale tudo para se manter no poder. Escândalos que agora colocam sob grave suspeição a campanha que elegeu a atual presidente e a campanha do presidente que a antecedeu, além de outras, do mesmo partido, espalhadas pelo país afora”.

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