(Gustavo Vara/Divulgação)
Se você é daqueles que olham torto para o Fresno por ser uma banda que chegou ao estrelato graças à produção de Rick Bonadio, dê adeus ao preconceito e ouça o novo disco do quarteto gaúcho, "Infinito". Vai se surpreender.
O Fresno deixou de ser uma banda da Arsenal/Universal e agora é independente. Em vez da produção ser de Bonadio (famoso por uniformizar a sonoridade de seus pupilos), ela ficou sob responsabilidade do vocalista, Lucas Silveira.
O resultado da liberdade é a realização de um trabalho mais criativo, pesado e bem executado. Bem menos mercadológico, certamente.
"O estúdio é onde me sinto melhor, onde me sinto vivo. E esse foi um processo mais interessante, pois não teve ninguém de fora da banda com uma colaboração maior. A responsabilidade era toda nossa", afirma Lucas Silveira.
O vocalista explica que a intenção do grupo foi buscar uma sonoridade mais refinada, revisitar o rock mais clássico. Consequentemente, o Fresno se aproximou do rock progressivo.
"Fizemos um trabalho puxado para o épico. Passei a estudar trilha de cinema, instrumentação, e como uma banda de rock poderia ter uma sonoridade mais orquestrada", diz Silveira. "Por isso, usamos vários instrumentos, exploramos diferentes texturas".
Liberdade
Há muito tempo a imprensa e os fãs sabiam que o Fresno não estava satisfeito com a vida de "bola da vez". Isso ficou claro numa grande entrevista concedida à revista Rolling Stone Brasil no final de 2010, época do lançamento do álbum "Revanche". Na reportagem, a jornalista escancarou a insatisfação dos rapazes.
Silveira, por outro lado, garante que a saída da Arsenal foi amigável. "Havia uma liberdade, mas ela não era plena. Não dá para ir contra o modelo", diz o músico, garantindo que a banda vai continuar agindo como uma banda grande. "Tem artista que é famoso, faz um monte de shows, mas gasta R$ 20 mil em clipes. Nós investimos R$ 60 mil no clipe de 'Infinito'".