Agricultura do Norte pode melhorar com pesquisas da Unimontes

Jornal O Norte
01/08/2007 às 10:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:11

A Universidade Estadual de Montes Claros vem contribuindo com a melhoria da agricultura e da pecuária regional, a partir da investigação científica, realizada no âmbito do Campus de Janaúba, onde são ministrados os cursos regulares de Agronomia e Zootecnia, além do mestrado em Ciências Agrárias – Produção Vegetal no Semi-Árido. Estão em andamento 32 projetos de pesquisa, desenvolvidos pelos professores/pesquisadores, contando com a participação de acadêmicos. Esses projetos representam investimentos da ordem de R$ 1 milhão e 341 mil, liberados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Banco do Nordeste.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Sílvia Nietsche, “os projetos desenvolvidos no campus de Janaúba são voltados para o atendimento às demandas regionais, enfocando a produção animal (bovinos, caprinos e aves), a produção vegetal, a agricultura irrigada e as lavouras de sequeiro, além de estarem sendo testadas alternativas para o cultivo de hortaliças e frutas”.  Ela observa que “as pesquisas também estão sintonizadas com a questão da agricultura familiar”.

Além de destacar o empenho dos professores/pesquisadores vinculados ao departamento de Ciências Agrárias (do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas), a professora Silvia Nietsche salienta que o principal objetivo dos estudos é de facilitar a vida dos agricultores no semi-árido, amenizando, sobretudo, o problema da carência de recursos hídricos. “Os pesquisadores identificam as falhas no processo produtivo e procuram ajudar os produtores a superarem as dificuldades, com alternativas a baixo custo”, explica a pró-reitora, citando, que estão sendo feitos experimentos que objetivam a eficiência na irrigação e a redução da perda de água. “A meta é a eliminação dos problemas dentro da cadeia produtiva, visando maior retorno econômico para o produtor”.

O diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), professor Marlon Cristian Toledo Pereira, enfatiza que “os projetos de pesquisa implementados pelos professores da área de Ciências Agrárias, no Campus de Janaúba, objetivam a aplicação de novas tecnologias de forma racional e integrada, proporcionando o uso sustentável do ambiente”.

Ele lembra que o Norte de Minas Gerais é uma região que, historicamente, apresenta baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Por outro lado, nos últimos anos, vem se destacando com pólo produtor de frutas, devido ao incremento da agricultura irrigada. Com isso, surgiram novas demandas para os profissionais de ciências agrárias. “Mas, é preciso que os profissionais da área estejam atentos à questão dos recursos naturais disponíveis, tanto no sentido de aproveitá-los para a melhoria da produção como também para preservar o meio ambiente”, afirma o professor Marlon Pereira.

O diretor do CCET chama atenção para a questão do uso racional da água. “Sabe-se que a água é o grande centro das atenções neste início de século, dada a sua importância em todos os níveis da cadeia produtiva. No Norte de Minas, devido à escassez, o uso da água está relacionado ao sucesso ou ao fracasso dos empreendimentos agrícolas. O seu manejo deve, obrigatoriamente, ser objeto de estudo dos pesquisadores de ciências agrárias, sob os diferentes enfoques, seja em relação ao uso múltiplo, preservação de mananciais ou à legislação pertinente”.

Entre os vários estudos, está em andamento o projeto “Transferência de tecnologias aplicadas ao manejo da água no semi-árido mineiro”, coordenado pelo professor Marcos Koiti Kondo e financiado pelo Banco do Nordeste, no valor de R$ 71.450,00.

Um dos objetivos do levantamento é “disseminar tecnologias existentes para a convivência com o semi-árido no Norte de Minas, por meio da transferência de conhecimentos gerados junto aos agricultores familiares”. O experimento foi iniciado numa unidade demonstrativa na região do rio Gorutuba, no município de Janaúba. A expectativa é de incrementar a produção de feijão e milho com o uso de barragens subterrâneas, além da redução das perdas de água de até 80%.

Outro projeto - coordenado pelo próprio professor Marlon Cristian Pereira - tem como objetivo o controle da Sigatoka Negra, doença que ataca os bananais. O projeto, intitulado “Uso de culturas intercalares em plantio irrigado de bananeiras resistentes à Sigatoka Negra com ênfase à agricultura familiar na região Norte de Minas Gerais”, no valor de R$ 27,9 mil, financiado pelo CNPq.

Fonte: A.I Unimontes

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por