Agricultura familiar é garantia para incremento da safra

Jornal O Norte
03/12/2009 às 10:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:18

Janaína Gonçalves


Repórter

A safra 2009/2010 já começou e as expectativas por parte dos agricultores, entidades e da secretaria municipal de Agricultura são das melhores. Neste ano, a safra conta com uma nova lei para a extensão rural. A medida provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, veio para facilitar o repasse de recursos aos serviços de extensão rural no país, diminuindo a burocracia e assegurando que o crédito chegue na hora certa, a fim de evitar a descontinuidade dos projetos e ações de fortalecimento da agricultura familiar.

Segundo informações do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrícola, os agricultores familiares terão R$ 15 bilhões disponíveis para o crédito. O montante representa um crescimento de 525% em relação aos R$ 2,4 bilhões disponibilizados no Plano Safra 2002/2003.

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Roberto Mauro Amaral, só em Montes Claros a proposta é atender cerca de 200 produtores. - Cada produtor poderá produzir cerca de 2 hectares, e isso corresponderá  a 400 hectares no total de produtividade, mas esperamos alavancar cada vez mais este número, que, se comparado com a participação do ano passado, quadruplicou -  avalia.

(XU MEDEIROS)    


Secretário de Agricultura, Roberto Mauro Amaral, acredita no crescimento da produção agrícola.

O secretário ressalta que continua trabalhando para aumentar a agricultura familiar, principalmente com o cultivo de oleaginosas. – Temos aqui uma planta industrial que funciona na cidade, e ela assegura a venda do trabalho dos agricultores. E acrescenta: - os produtores e agricultores atenderam bem às colocações, aumentaram o preparo de algumas áreas e já estão plantando.

Os agricultores familiares que acessam os financiamentos do Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -, vão poder contar com mais segurança e tranquilidade na hora de plantar.

- Foram assinados já quatro convênios com entidades, que agora recebem o recurso da Petrobras e prestam assistência técnica aos agricultores, bem como a Emater, a Cooperativa Grande Sertão e o Sintraf - Sindicato dos trabalhadores da agricultura familiar -, frisa Amaral.

Para o secretário, o grande desafio do setor  agrícola  tem sido conscientizar os produtores sobre os benefícios desta interação entre a indústria e o campo, em prol da geração de renda e  da movimentação da economia na zona urbana. 

- A agricultura familiar veio como ponto de partida para melhorar as condições de desenvolvimento dos produtores, e com isso fazer dela uma peça importante para a gestão da região - diz.

Segundo levantamento do IBGE, as propriedades familiares do Estado responderam por quase 47% da produção de milho, sendo este grão o de maior destaque da safra estadual.

De acordo com a Spea - Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais -, que organizou os dados; no caso do café a agricultura familiar respondeu por quase 30% da produção total do Estado. Já a produção de mandioca, tradicional no segmento, equivale a 83% do total em Minas. Além disso, as propriedades familiares contribuíam com quase 32% da safra estadual de feijão.

A agricultura familiar em Minas Gerais é representada por 437,4 mil propriedades e reúne quase 1,2 milhão de pessoas, 6,2% da população estadual, conforme o Censo de 2006. O levantamento mostra também que 17% dos estabelecimentos recorrem a financiamentos.

Entre os produtos de maior expressão da agricultura familiar, segundo o censo, estava o milho, com quase 2,4 milhões de toneladas; a safra total do grão no Estado é 5,1 milhões de toneladas. Já a produção de mandioca era de 356,2 mil toneladas diante do volume aproximado de 426,0 mil toneladas obtido pelo conjunto das propriedades mineiras.

No caso do feijão, a agricultura familiar respondeu por 101,0 mil toneladas diante das 316,1 mil toneladas da safra total de Minas. Outro produto tradicional da agricultura familiar é o arroz, que teve uma produção de 56,1 mil toneladas diante das 127,1 mil toneladas do conjunto das propriedades estaduais.

O censo analisa também a participação dos agricultores familiares na produção de café. A produção dos cafezais da agricultura familiar apontada no levantamento foi de 407,1 mil toneladas, na comparação com a safra de cerca de 1,3 milhão de toneladas registrada pelo conjunto das propriedades cafeeiras de Minas.

De acordo com os dados do censo, a agricultura familiar responde, em Minas, por 75% dos estabelecimentos produtores de leite. O Estado contava, em 2006, com mais de 167,1 mil propriedades familiares envolvidas na produção, diante das 223,0 mil propriedades que constituíam o total de Minas nesse segmento. A agricultura familiar mineira registrou um volume anual de leite superior a 2,0 bilhões de litros, enquanto o total das fazendas no Estado foi de 5,6 bilhões de litros.

- Historicamente, em Minas, a produção de leite é pulverizada em diversas pequenas propriedades. O censo mostra também que a agricultura familiar de Minas respondia por cerca de 6,8 milhões de cabeças de bovinos, ou 34% dos quase 20,0 milhões de cabeças contabilizados em todo o Estado. No segmento de suínos, a proporção é semelhante à dos bovinos, pois a agricultura familiar respondeu, segundo o censo, por 30% do plantel total de Minas: 1,0 milhão de cabeças de suínos na comparação com os 3,3 milhões do total das propriedades do Estado. Na avicultura, as propriedades familiares participavam com 32,7 milhões de aves, respondendo por 28% dos 117,7 bilhões alojados em todas as granjas de Minas.

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