Janaína Gonçalves
Repórter
Atender cerca de 200 produtores, cada um com uma produtividade de 2 hectares, e alavancar cada vez mais este número, que, se comparado à participação do ano passado, quadruplicou. Esta é a meta da agricultura familiar no município, segundo o secretário de Agricultura Roberto Amaral.
O CNA - Conselho nacional de agricultura divulgou no início deste mês estudo que questiona a importância econômica e social da agricultura familiar, em mais uma tentativa de desqualificação dos resultados do censo agropecuário 2006.
O censo mostrou claramente que a agricultura familiar é representada por 4,3 milhões de estabelecimentos rurais e é responsável por 38% do valor bruto da produção agropecuária, por 74,4% do total das ocupações rurais e responde pela maior parte da produção dos principais alimentos da mesa dos brasileiros. E isso ocupando apenas 24,3% da área total dos estabelecimentos do país.
A CNA retirou do universo da agricultura familiar um conjunto expressivo de estabelecimentos rurais, entre os mais dinâmicos e produtivos. Seu critério escondeu quase 1 milhão de agricultores e agricultoras familiares.
O país está no caminho do desenvolvimento sustentável e já aprendeu que mais reforma agrária e mais agricultura familiar só fazem bem à nação.
A missão se estende para todas as áreas rurais, inclusive no Norte de Minas.
O secretário municipal de Agropecuária ressalta que continua trabalhando para aumentar a agricultura familiar, principalmente com o cultivo de oleaginosas.
- Temos aqui uma planta industrial que funciona na cidade e ela assegura a venda do trabalho dos agricultores. Os produtores e agricultores atenderam bem às colocações, aumentaram o preparo de algumas áreas e já estão plantando - diz.
Os agricultores familiares que acessam os financiamentos do Pronaf - Programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar vão poder contar com mais segurança e tranquilidade na hora de plantar.
- Foram assinados já quatro convênios com entidades, que agora recebem o recurso da Petrobras e prestam assistência técnica aos agricultores, como a Emater, a cooperativa Grande Sertão e o Sintraf - Sindicato dos trabalhadores da agricultura familiar - afirma Amaral.
Além disso, o Agroex - Seminário para a exportação, que aconteceu no município no mês passado, veio reforçar a cadeia produtiva e potencializar o intercâmbio comercial no Norte de Minas.
O diretor do departamento de promoção internacional do agronegócio, do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eduardo Sampaio Marques, disse que é necessário vencer alguns entraves, como a organização da cadeia produtiva. Para ele, o Norte de Minas tem um potencial rico em frutas cítricas, até então pouco explorado.
Para o secretário Roberto Amaral, o grande desafio do setor agrícola tem sido conscientizar os produtores sobre os benefícios desta interação entre a indústria e o campo, em prol da geração de renda e da movimentação da economia na zona urbana.
- Estávamos num processo de exportação entre as culturas locais, agora nos preparamos para comercializar estes produtos para o exterior. Isso vai dinamizar não só o segmento agrícola, mas a economia e a cultura da região Norte de Minas - afirma.