Agricultura irrigada: a hora é de vender bem o seu produto

Jornal O Norte
17/05/2007 às 12:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:04

Temporada de agricultura irrigada. No município de Montes Claros, bem como nos perímetros irrigados os agricultores estão voltados para o cultivo de sementes de hortaliças e chuchu, feijão além de trabalharem com a fruticultura irrigada.

Alguns ainda aliam a essa atividade a criação de peixes em tanques-rede espalhados pelos canais de irrigação do Projeto Jaíba, assim como na barragem Bico da Pedra em Janaúba. Mesmo com a variação de tempo nos últimos dias, o produtor ainda precisa de métodos artificiais para molhar sua lavoura. Afinal, o tempo é de seca no Norte de Minas.

Pode-se ver os produtos dessa época, principalmente o chuchu, a banana entre outros, na Ceanorte- Central de abastecimento de Montes Claros e em sacolões da cidade com preços bem acessíveis.

Nos últimos dias o preço do tomate, pimentão, além da batata chegaram a custar R$ 3 o quilo em alguns estabelecimentos.

Os preços variam de acordo com o estabelecimento, mas a quem preferir dar uma conferida é só ir até a Ceanorte, especialmente nas quartas-feiras escolher o que lhe for do agrado. E barato ou mais em conta.

Nas últimas semanas, o chuchu teve variação de preços entre R$ 15 e R$ 20. O preço só fica em alta, segundo os produtores, quando o produto falta na Ceasa de Belo Horizonte, o que favorece na visão do agricultor, José Ivan Leite, o comércio de seus produtos.

Para José Ivan, quem tem pouco mais que um hectare plantado de chuchu, o negócio é ser bom comerciante, além de bom produtor. Ele, que mora na fazenda Santa Maria, a 30 quilômetros de Montes Claros, traz todas as quartas-feiras, dezenas de caixas de aproximadamente 22 kg de chuchu que são vendidas para consumidores de Janaúba, Juramento, Francisco Sá, Coração de Jesus entre outros municípios.

Ele diz que essa é uma das melhores épocas para a venda de chuchu e pimentão. Sobre a produção de bananas, tirando a prata anã que teve queda na produção no Norte de Minas, a maçã e a caturra continuam tendo boa saída. O quilo varia de um a dois reais em Montes Claros.

O técnico em agropecuária da Emater regional, José Arcanjo Marques informou à reportagem de O Norte que o tempo é bom para agricultura irrigada. Há, segundo ele, uma maior variedade de produtos e a procura pelo melhor preço, melhores condições sanitárias é que conquistam o consumidor.

O Norte de Minas está passando por baixas umidades do ar devido à pouca presença de chuvas e o uso de fertilizantes é controlado, já que nesse período os fabricantes dos mesmos produzem menos, segundo Arcanjo. Dos meses de setembro em diante é que devido à valorização do dólar, os fertilizantes voltam ao mercado nacional com intensidade, período em que também se intensificam os plantios da cultura das águas na região e em boa parte do Brasil.

O técnico lembra que os produtores devem se ater ao marketing de seu produto. Como o apresenta para o consumidor.

- Aqui há muita coisa errada ainda. Por exemplo, algumas pessoas ainda trazem mandioca em saco de adubo e algumas caixas são amarradas com bambu entre outras coisas. As pessoas compram reparando na higienização e na boa aparência e qualidade – alerta.

O plantio de hortaliças tem crescido na região e os agricultores familiares encontram nessa atividade mais uma maneira de se alimentar e uma fonte de renda nesse tempo em que não se planta muita coisa seguindo os métodos naturais, como quando na espera da chuva.

A lavoura de feijão também é outra cultura que é executada pelos produtores nesses meses. Ele lembra que a seca compreende originalmente os meses de abril a setembro, mas com tantas mudanças climáticas pode-se ver chuvas em setembro e início de outubro. Alguns produtores preferem plantar hortaliças antes que as chuvas cheguem para que não haja risco de perdê-las, mesmo porque os canteiros ficam encharcados.

Ainda na agricultura irrigada os pequenos produtores reclamam de não ter na maioria das vezes condições de deixar em dias as contas de energia de suas propriedades. Muitas, contam, o que conseguem na venda dos produtos não é suficiente para sustentar a família e ainda quitar as dívidas. Muita gente prefere irrigar suas lavouras durante a noite porque há um desconto por conta do horário. São os produtores vagalumes como eles mesmos se tratam. No projeto Jaíba, assim como no Gorutuba essa prática não é tão nova. Os gastos com a energia que movimenta as bombas de irrigação tem tirado o sono de muita gente.

José Alberto Pereira diz que muitos produtores como ele preferem molhar suas culturas a noite.

- Há uma redução na taxa se irrigarmos à noite por isso preferimos, conclui.

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