Água para os mineiros que moram em regiões semiáridas

Hoje em Dia
20/03/2013 às 06:22.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:03

A Organização das Nações Unidas definiu 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água e realizou no dia 11 de fevereiro, em Paris, uma cerimônia para o lançamento oficial. Na próxima sexta-feira, a ONU comemora em Haia, na Holanda, o Dia Mundial da Água. Outros eventos estão programados ao longo do ano. Em Belo Horizonte, o governo lançou ontem a Semana Mineira de Cooperação pela Água, com palestras e debates até sexta-feira.

Um dos eventos previstos é a assinatura de um decreto, pelo governador Antonio Anastasia, instituindo o Núcleo Estadual do Programa Água Doce (PAD). Esse programa foi criado em 2004 pelo governo federal. O objetivo principal, de garantir água potável à população do semiárido, está longe de ser atingido, mas algum avanço pode ocorrer em Minas. O Estado conta, desde 1997, com uma estrutura voltada para a preservação da quantidade e da qualidade da água em seu território. É o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), que isoladamente pode apresentar resultados menores do que se atuar em cooperação.

Por isso, é importante esse convênio com o governo federal para investir R$ 12 milhões do PAD e mais R$ 1,2 milhão de recursos estaduais, para a instalação, até 2015, de 69 sistemas de dessalinização de água em comunidades rurais do semiárido mineiro, ainda a serem selecionadas. Cada sistema deve custar aproximadamente R$ 200 mil.

No futuro, talvez se aproveite melhor a água subterrânea disponível no semiárido mineiro. Em junho de 2011, missão do governo de Minas esteve na Alemanha, com vistas a um acordo de cooperação com o Centro Helholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ) e com a Fundação Unesco Hidroex. Uma das possibilidades em estudo está relacionada com o Aquífero Guarani, segunda maior reserva de água doce do mundo, visando ao abastecimento de água nas regiões de clima semiárido.

Esse aquífero tem área total de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, dos quais mais de 840 mil no Brasil, sendo que pelo menos 51 mil em Minas. O aquífero está presente, por exemplo, em Frutal, no Triângulo Mineiro, onde se localiza o Centro de Águas da Fundação Unesco Hidroex.

Com vontade política, o governo de Minas poderá resolver o grave problema da escassez de água que aflige historicamente a população do chamado Polígono da Seca. Será mais rápido, se atuar em cooperação com o governo federal e com entidades públicas e privadas brasileiras e internacionais, como defende a ONU. 

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