NOVA YORK - A rede Al-Qaeda não teve participação direta no ataque à missão diplomática americana na cidade líbia de Benghazi, no dia 11 de setembro de 2012, informou no sábado (28) o jornal The New York Times. Em uma investigação publicada em seu site e baseada em testemunhos recolhidos na segunda cidade líbia, o jornal sustenta que a morte do embaixador Chris Stevens e de outros três americanos foi provocada pela ação de atiradores locais. A reportagem pode provocar controvérsias em Washington. A administração do presidente Barack Obama foi acusada em várias ocasiões de acobertar o ocorrido em Benghazi, o que foi negado pelo governo. O jornal também afirma que o ataque pode ter sido efetivamente consequência da ação de manifestantes líbios que se dirigiram à missão diplomática para expressar seu repúdio à divulgação de um filme considerado ofensivo para o Islã produzido pelos Estados Unidos. Baseando-se em entrevistas com cidadãos líbios em Benghazi que, segundo afirma o Times, tinham conhecimento direto da agressão, o jornal sustenta que "não apareceu nenhuma evidência de que a Al-Qaeda e outros grupos internacionais tenham tido algum papel no ataque". "O ataque foi conduzido por combatentes que se beneficiaram diretamente da logística e do amplo poder aéreo da Otan durante o levante" contra o regime de Muanmar Kadhafi, assassinado em outubro de 2011, declara. Citando funcionários americanos cientes de uma investigação criminal realizada sobre os homicídios, o Times indica que um dos principais suspeitos do ataque seria Ahmed Abu Khattala, um líder rebelde local que desprezaria os Estados Unidos, apesar da ajuda prestada por Washington para derrubar Kadhafi. A reportagem do jornal aponta que Khattala estava na legação diplomática americana no momento do ataque. Em declarações ao próprio Times, o líder rebelde admite o fato, mas nega sua responsabilidade no ataque.