Além da desvantagem, América e Boa jogam volta das semifinais desafiando tabu de mais de 60 anos

Alexandre Simões
03/04/2019 às 16:21.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:04
 (América/Arquivo)

(América/Arquivo)

O América encara o Cruzeiro, no próximo sábado (6), às 19h, no Mineirão, precisando de uma vitória por pelo menos dois gols de diferença para ser finalista do Módulo I do Campeonato Mineiro. No próximo domingo (7), o Boa Esporte estará também no Gigante da Pampulha, a partir das 16h, enfrentando o Atlético, obrigado a vencer por qualquer placar para chegar à decisão.

Além dessa desvantagem, os dois visitantes nas partidas de volta das semifinais do Estadual ainda têm de brigar contra uma longa escrita. Desde 1957 a competição não tem uma decisão direta, entre dois clubes, sem que Atlético ou Cruzeiro esteja presente.

Em 1957, como vencedores de cada um dos turnos do Campeonato Mineiro, América e Democrata de Sete Lagoas fizeram a decisão do título numa melhor de três, vencida pelo Coelho e com todos os jogos disputados no Estádio Independência.

Desde aquela final, em que o Coelho levou a melhor sobre o Jacaré, já foram disputadas 61 edições do Estadual. Em 29 delas, o título foi decidido em confrontos diretos entre dois clubes. E sempre Atlético ou Cruzeiro estiveram presentes, sendo que em 19 oportunidades foram eles os dois finalistas.

História

Dentro dessa escrita que América e Boa Esporte tentam derrubar no próximo fim de semana, há ainda outra, e ela está diretamente ligada ao Gigante da Pampulha, local dos confrontos deles contra Cruzeiro e Atlético, respectivamente.

Na chamada Era Mineirão, iniciada em 1965 com a inauguração do estádio, o Campeonato Mineiro só não teve atleticanos ou cruzeirenses entre os dois primeiros colocados da competição em uma edição. A de 2002, vencida pela Caldense com o Ipatinga como vice-campeão.

Mas ela não pode ser considerada, pois não contou com os clubes da capital, além do Mamoré, de Patos de Minas. Durante o Estadual, eles disputaram a Copa Sul-Minas, vencida pelo Cruzeiro. Depois, participaram do Supercampeonato Mineiro, também conquistado pela Raposa, competição que contou ainda com a presença da Caldense.

A última vez que o Campeonato Mineiro não teve atleticanos ou cruzeirenses entre os dois primeiros colocados, desconsiderando 2002, já que eles não participaram, foi em 1964. Naquele ano, numa competição disputada por pontos corridos, o Siderúrgica, de Sabará, foi o campeão, com o América ficando com o vice.

Era Mineirão

A chamada Era Mineirão tem em 2019 a 55ª edição do Estadual. Nas 53 delas que contaram com Galo e Raposa, pois 2002 não entra nessa conta, além de pelo menos um dos dois ser, no mínimo, vice-campeão, eles ficaram com a taça por 48 vezes.

Isso indica que a cada dez campeonatos mineiros, na Era Mineirão, nove foram conquistados por Cruzeiro ou Atlético. Este número de 48 conquistas da dupla é formado pelos 26 títulos cruzeirenses e 22 atleticanos.

No período, o América foi campeão quatro vezes, tendo a Raposa como vice em uma delas e o Galo em três, e o Ipatinga uma, numa época em que era filial do Cruzeiro e o superou na decisão.

Definitivamente, América e Boa Esporte entram em campo no próximo fim de semana, nos duelos de volta das semifinais do Campeonato Mineiro, tentando fazer história.

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